segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

UM PRESENTE NÃO ENTREGUE OU MEU AMIGO EDSON SOUSA



A comparação talvez não seja a melhor mas o perda de um amigo me lembra a perda de um dente, dos cabelos e a mudança de cor dos mesmos. A gente tem tanto dente, mastiga, come tudo e nem se lembra que podem ficar careados, perderem o nervo, adoecerem em virtude de alguma outra infecção nas gengivas e quando a gente vai implantar um novo, não tem mais osso, o osso não pode ser implantado e a gente fica banguela, comendo só de um lado, alimentos moles... aí bate a saudade do dente, do caranguejo, do churrasco.

O mesmo se dá com os cabelos.... pois bem, nesta linha de raciocínio, a gente tem tantos conhecidos e amigos que a gente até esquece de alguns. Quando se perde, bate o remorso de não ter tido mais contacto com o amigo que se foi.

Falo isso para relatar os últimos acontecimentos em relação aos meus amigos. Sabendo que nós estamos na fila para ir para o outro mundo, fazer a passagem, transformar em pó, morrer, virar estrume, desaparecer, tenho tido a preocupação de rever e saber como vão os meus amigos, ou os conhecidos mais íntimos, dependendo do conceito de amigo.

Prevendo as eleições do ano de 2010, liguei para meu amigo Edson Sousa, presidente do Partido da Mobilização Nacional, no Maranhão. Antes, vamos relembrar. O Edson e sua mulher foram meus colegas, sendo que ela era funcionária do IAPAS.

Em 1986, quando da campanha eleitoral para Deputado Estadual, o Edson Sousa viajou comigo pelo interior, pediu votos, participou de Comícios. Logo em seguida havia a possibilidade do meu Partido, o PMB (Partido Municipalista Brasileiro) desaparecer do mapa, como de fato aconteceu, então um colega Deputado Paulo do Rio de Janeiro, que havia sido do PDT, como eu, desgostoso com o tal, queria implantar o PMN no Maranhão.

Pensando em ter nas mãos dois partidos, pedi ao Secretário do PMB, Edson, que assumisse o encargo. Dei-lhe todas as condições, até a instalação oficial no Maranhão. Depois, ele caminhou por conta própria, sempre tendo muita consideração para comigo, chegando a me oferecer a legenda por várias vezes.

Simples, honesto, inteligente, persistente, calmo, preocupado com a Família e sempre pensando em composição, em acordo, Professor Edson Rodrigues Sousa conseguiu levar à família onde está hoje, morando inclusive em local nobre, em residência que, em tempos idos, nunca imaginaria ter. Mas merecia muito mais, porém de origem pobre, sem ter olhos azuis, nem família tradicional, como simples funcionário público, chegou longe.

No final do Governo Municipal de São Luis, com o Prefeito Tadeu Palácio, foi Secretário de Articulação Política. Fui o responsável por levar o Tadeu ao Edson, e este o responsável por filiar Tadeu no PMN, ocasião em que foi eleito Vereador, em tempos idos.

Sim, liguei para o Edson, atendeu sua filha e me disse que o Edson estava bem melhor, apesar de estar na cama, vivendo com balão do oxigênio. Apesar do trauma, do choque, disse que iria o visitar. Fui, no Natal de 2009, com um presente, um elefante, para que colocasse com o rabo/bunda para a porta, para dar sorte.

No dia primeiro de janeiro de 2010, estive entre nove e dez horas, na casa de Edson. Toquei a campanhia várias vezes, como fui sem telefone celular, não me foi possível o contacto. Deixei o presente no carro.

Dia 07 de janeiro de 2010, abro o jornal Imparcial e vejo o convite para a missa de sétimo dia do Edson Rodrigues Sousa, para o dia 8 de janeiro, na Igreja da COHAMA, perto da sua residência.

Estive na missa, rezei, comunhei.

E o presente continuava no carro.

Não há pressa, a gente guarda e entrega para os familiares ou deixa para levar em mãos.

Vá com Deus, amigo Edson, tivemos bons momentos de alegria, de amizade, de carinho, tenho certeza que do lugar onde estiveres, estarás olhando para nós.

Um abraço na família, novamente.

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