sábado, 9 de janeiro de 2010

CULINÁRIA E SEXO






Quando resolvi fazer as anotações diárias, o chamado blog, pensei em faze-las sem nenhum intervalo e da maneira mais natural, sem nenhuma restrição. Fiz a advertência de que somente maiores de 18 anos poderiam ter acesso e, particularmente, mandei confecionar cartões onde a restrição é para menores de 35 anos. Disse, também, que o acesso seria somente para pessoas inteligentes, pessoas que lêem, concordam ou discordam, mas comentam.

Ledo engano.

Tive poucos comentários, a maioria de maneira verbal/oral e me condenando por ser pornógrafo ou imoral ou dizer palavrões sem necessidade. É a censura que tanto não queria, que sempre evitei em meus artigos de jornais e queria ser autêntico no blog.

Falhei.

Agora mesmo gostaria que o título fosse comer e fuder, com ilustrações de uma farta mesa com comensais e uma bonita cama com um casal fazendo sexo/amor/trepando/fudendo.

Analisemos o meu pensamento, detalhemos as confusões mentais. Imagino que o ato de comer, de apreciar a comida, o alimento, deva ser um ritual. Como ritual difícil ser na casa da gente, há de ser na templo sagrado, na Igreja, ou seja, no Restaurante.

Um Restaurante que seja instalado em local de fácil acesso, com amplo estacionamento e com toda a segurança. A gente não quer chegar cansado, brigar por vaga e ficar preocupado com assalto ou o roubo do veículo.

Tem que ter uma arquitetura agradável, bons ambientes, climatizados em dois graus baixo da temperatura ambiente – igual ao vinho – mesas que comportem um casal, cadeiras firmes e fortes. A mesa tem que ser firme e forte, também, preferencialmente coberta por toalhas de linho, brancas, guardanapos de pano, talheres de prata com detalhes em ouro, podendo, em casos excepcionais, serem de aço inox, novos, sem riscos.

O menu deve ter carnes, peixes, massas e comida regional. Deve ter a carta de bebidas ou de vinhos, bem como a composição de cada prato, o preço, a procedência da bebida e se recebem cartões de crédito e se há cobrança dos 10% do garçom. São informações importantes para que a gente fique despreocupado e não haja vexames no pagar da conta.

Garçons? Podem ser de qualquer idade, de qualquer cor, de qualquer sexo, contanto que tenham bons dentes, estejam limpos, bem barbeados, com gravata borboleta ou fitas, roupas brancas, limpas, bem gomadas e sapatos lustrados. Que ouçam bem, saibam explicar, tenham bom comportamento e sejam extremamente frios. Nada de intimidades, ainda que sejamos íntimos, pois intimidades, como diz qualquer imbecil, só serve para fazer filhos ou para desrespeito.

O serviço há que ser rápido, o garçom deve dizer a estimativa de servir o prato, sem furos. Serve-se pela direita e tira-se pela esquerda, não me lembro bem. Ou ao contrário, esqueci a aula de etiquetas.

Há de fazer o protocolo de abrir o vinho na mesa, colocar algumas gotas, entregar a rolha para gente, ainda que a gente conheça o vinho e todo o ritual, ocasião em que a gente dispensa e pede para encher a taça. A taça tem que ser própria, quer para água, quer para vinho, quer para sucos, sempre de vidro, preferência cristal e muito bem limpas.

O preço é o que menos interessa. Comer é bom, principalmente com uma companhia agradável que você possa conversar, que tenha os mesmos gostos, beba da mesma bebida, tenha comportamento. Não é bom sair para comer só. E se deve comer, sem remorsos, sem medo de engordar, sem medo de morrer, sem horário para terminar, quer na hora do almoço, quer na hora do jantar.

Comer à noite, jantar é sempre melhor que almoçar, talvez pela penumbra da noite que esconde alguns defeitos do ambiente, da comida, do templo/restaurante.

Fuder também é bom. Sexo como diz os puritanos é bom, também a dois, a companhia deve ser agradável, ter os mesmos gostos, saber usar cada parte do corpo, fazer sexo sem remorsos, sem medo, com a proteção necessária, mas sem hora para terminar.

Há de haver um protocolo todo. A cara metade tem que ter uma aparência agradável. Para mim tem que ter cabelos compridos, saber usar a maquiagem, usar vestido, saber usar um salto alto, saber andar, ter comportamento.

As roupas íntimas tem que ser novas, pretas de preferência e rendadas. Sutiã e calcinhas, rendadas e de seda, se puder.

O templo pode ser o quarto do casal/ do motel/do hotel, contanto que seja em ambiente climatizado, também 2 graus abaixo da temperatura ambiente, podendo ser mais frio. Cama larga, firme e forte, colchão de molas, não tão macio, nem duro, lençóis de algodão branco com rendas ou de seda trabalhado nas pontas. Travesseiros e almofadas em quantidade suficiente para as posições sexuais.

Uma música ambiente ou que ambos gostem é salutar, ajuda no momento.

Sem pressa, um banho antes, a veste depois (para a gente despir novamente), partes íntimas depiladas se a buceta/vagina, se a parte de baixo, grandes lábios não forem salientes. Adoro a parte íntima (viu, corrigi) se parece com índia, só um rasgo. A da Glorinha é assim...

Voltemos, os seios podem ser pequenos, médios ou grandes, desde que não estejam muito caídos.

É lógico que a cara metade tem que ser saudável e os dentes, ainda que postiços ou implantados, sejam perfeitos e limpos e brancos. Saiba beijar, não tenha pressa em começar e terminar. Se gostar de sexo oral, divirta-se (divirtam-se), se gostar de sexo anal, não grite ou peça para introduzir o vibrador no parceiro; se gostar de massagem, diga, enfim, faça tudo aquilo que puder, sem arrependimentos, sem preocupações.

Há de ter confiança entre o casal. Se ela gostar de fotos, faça poses, esqueça que você é Ministro e que as fotos podem ir parar na Internet. Ela não é doida para isso, tem ou não tem confiança. Nada de frescuras de “não bata fotos com o meu rosto”, meu marido pode descobrir as fotos, mandar te matar etc..

Se gostar de óleos, pomadas, cremes, objetos etc... agüente, afinal sexo é isso, é prazer a dois. No outro dia, se for o caso, volte a comer em pé na Magalhães de Almeida.

É isso, tentei traçar um paralelo, tentei dizer que tanto para comer, como para fuder, há de ter um ritual, um protocolo, um lugar, alguns tipos de ações para ser perfeito, mas a gente pode esquecer tudo isso e comer sanduíche na Praça Pedro II ou trepar no canto do gabinete, na mesa, no corredor, no banheiro. O fim é o mesmo, a gente fica satisfeito, naquele momento.

Há exceções, por exemplo, a gente fica decepcionado com os motéis, hotéis, o medo de ser assaltado, ser contaminado, ser exposto ou expor as amigas que é melhor comer(fuder) no Escritório, na passadeira específica para isso, onde a gente fica à vontade. A gente se produz mais, tem mais excitação, tem mais prazer, tem mais tempo e sem nenhum perigo. Há as amigas que cobram, querem ir para motéis, se julgam prostitutas fazendo sexo em locais “impróprios”, mas não sabem elas o prazer que me dão quando me visitam no turno vespertino ou dia de sábado e domingo.

O ritual de comer é o mesmo de fuder, tudo praticamente igual, escolha da companhia, local, caracteristicas do local, atendimento, pagamento, etc...pouca diferença.

Quer comentar? Não se acanhe, bote para fora.....

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