segunda-feira, 17 de novembro de 2014

EMANOEL VIANA: TARTARUGA OU JABOTI?

EMANOEL VIANA: TARTARUGA OU JABOTI?:   Tanto faz, a diferença é que a primeira pode viver e gosta de viver em água, o segundo só vive na terra, mas ambos tem a mesma estru...

TARTARUGA OU JABOTI?




 Tanto faz, a diferença é que a primeira pode viver e gosta de viver em água, o segundo só vive na terra, mas ambos tem a mesma estrutura física, o desenho, o casco e isso é o que importa aqui.

Tartaruga, na verdade, no primeiro momento, me lembra uma Ótica que havia ali no Mercado Central, no Centro de São Luís. Até bem pouco tempo ainda existia para consertos de óculos.

Mais tarde vieram as tartarugas ninjas, filme de bastante sucesso entre os jovens. E por último me vem a lembrança dos que criava em casa, no Maranhão Novo e que, por motivo de espaço, de terra, de quintal, doei para um cunhado que, segundo depois soube, comeu em um cozido.

Pois bem, a história é sobre o casco da tartaruga ou do jaboti.

O casco de navio faz com que o animal, uma vez virado, ou seja, colocado a parte côncava para baixo e a reta para cima, ficando com os pés sem sustentação, pode até morrer pois não tem como se virar sozinho.


Triste, mas verdadeiro.

Se bem que alguns se mexem tanto que conseguem se virar e escapar da morte.

E olhando-os, me lembrei de alguns ingratos na vida ou, simplesmente, pessoas desligadas do mundo real e que vivem o mundo real mais que nós mesmos.

Pessoas que encontrei na vida, caminhando devagar, em frente, mas sem enxergar o fim, o rumo. Pessoas que estavam com o casco virado, de pés para cima.

Dando uma de Deus, autorealização, complexo, vaidade, sei lá o quê, a gente desvirou, mostrou o caminho, deu o primeiro empurrão, e aí sabendo o caminho o percorreram ou o percorrem até hoje. Sempre em frente, sempre com sucesso, sempre caminhando, sempre subindo.

Aí a gente se pergunta: se eu não tivesse desvirado, teria sobrevivido? Talvez, com o calor ou o frio, o instinto de sobrevivência, o mexer das patas, o vento, a chuva, sei lá o quê, poderia ter feito aquilo que nós fizemos.

Mas, magoa, magoa ... mesmo assim, continuo a desvirar os cascos das tartarugas e dos jabotis que encontro ... e vou continuar sempre ... e as mágoas também continuarão ...

Dói mais quando a gente encontra as tartarugas e os jabotis que, embora nos reconhecendo, ainda nos mordem ...

Ou não reconhecem...

É a vida, doce vida!


18.11.2014

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

EMANOEL VIANA: OS NÓS DA VIDA .... OU A VIDA QUE NOS DÁ NÓS...

EMANOEL VIANA: OS NÓS DA VIDA .... OU A VIDA QUE NOS DÁ NÓS...: Confesso que foi de repente, estava amarrando uma árvore em uma estaca para que voltasse a ficar reta pois havia caído, virado para um ...

OS NÓS DA VIDA .... OU A VIDA QUE NOS DÁ NÓS...



Confesso que foi de repente, estava amarrando uma árvore em uma estaca para que voltasse a ficar reta pois havia caído, virado para um lado e poderia morrer. Como não nasceu torta - pau que nasce torto não tem jeito, morre torto - ajudei a voltar ao seu status original. Ou posição, como queiram.

Ao invés de amarrar a estaca, amarrei o próprio cordão, fazendo um nó. Como não interrompia qualquer outro nó, amarrei na estaca e fiquei a pensar no nó.

Um cordão reto, liso, bonito, de repente, sem querer, você dá um nó. Aí, o que faz? Se tiver paciência e tempo, o certo, o correto é desamarrar, desatar o nó e deixar o cordão liso novamente, tendo o começo do cordão e o fim do cordão, sem nós.


Na física, dizem que o caminho mais curto entre dois pontos é uma reta. Uma reta, sem curvas, sem nós.

Tal como a vida.

Pensei.


Pensei então: quantos nós a gente dá na vida e não desata? Vai deixando, vai passando por cima, e colocando um nó sobre o outro.
Uma mágoa sobre a outra, um assunto não resolvido sobre o outro, um projeto começado e nunca terminado, um curso, um casamento, um emprego, uma amizade, um um um ....

De repente não há mais amizade, não há mais clima, não há mais tempo para desatar, a vida se tornou um nó grande e a gente morre amarrado, ou, amarrado se morre.
Já pensaste sobre o assunto?

Desatas ou continuas dando nós?

Qualquer que seja tua vida, pense nos nós da vida.