Tartaruga, na verdade, no primeiro momento, me lembra uma
Ótica que havia ali no Mercado Central, no Centro de São Luís. Até bem pouco
tempo ainda existia para consertos de óculos.
Mais tarde vieram as tartarugas ninjas, filme de bastante
sucesso entre os jovens. E por último me vem a lembrança dos que criava em
casa, no Maranhão Novo e que, por motivo de espaço, de terra, de quintal, doei
para um cunhado que, segundo depois soube, comeu em um cozido.
Pois bem, a história é sobre o casco da tartaruga ou do
jaboti.
O casco de navio faz com que o animal, uma vez virado, ou
seja, colocado a parte côncava para baixo e a reta para cima, ficando com os
pés sem sustentação, pode até morrer pois não tem como se virar sozinho.
Triste, mas verdadeiro.
Se bem que alguns se mexem tanto que conseguem se virar e
escapar da morte.
E olhando-os, me lembrei de alguns ingratos na vida ou,
simplesmente, pessoas desligadas do mundo real e que vivem o mundo real mais
que nós mesmos.
Pessoas que encontrei na vida, caminhando devagar, em frente,
mas sem enxergar o fim, o rumo. Pessoas que estavam com o casco virado, de pés
para cima.
Dando uma de Deus, autorealização, complexo, vaidade, sei lá
o quê, a gente desvirou, mostrou o caminho, deu o primeiro empurrão, e aí
sabendo o caminho o percorreram ou o percorrem até hoje. Sempre em frente,
sempre com sucesso, sempre caminhando, sempre subindo.
Aí a gente se pergunta: se eu não tivesse desvirado, teria
sobrevivido? Talvez, com o calor ou o frio, o instinto de sobrevivência, o
mexer das patas, o vento, a chuva, sei lá o quê, poderia ter feito aquilo que
nós fizemos.
Mas, magoa, magoa ... mesmo assim, continuo a desvirar os
cascos das tartarugas e dos jabotis que encontro ... e vou continuar sempre ...
e as mágoas também continuarão ...
Dói mais quando a gente encontra as tartarugas e os jabotis
que, embora nos reconhecendo, ainda nos mordem ...
Ou não reconhecem...
É a vida, doce vida!
18.11.2014
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