segunda-feira, 17 de novembro de 2014

TARTARUGA OU JABOTI?




 Tanto faz, a diferença é que a primeira pode viver e gosta de viver em água, o segundo só vive na terra, mas ambos tem a mesma estrutura física, o desenho, o casco e isso é o que importa aqui.

Tartaruga, na verdade, no primeiro momento, me lembra uma Ótica que havia ali no Mercado Central, no Centro de São Luís. Até bem pouco tempo ainda existia para consertos de óculos.

Mais tarde vieram as tartarugas ninjas, filme de bastante sucesso entre os jovens. E por último me vem a lembrança dos que criava em casa, no Maranhão Novo e que, por motivo de espaço, de terra, de quintal, doei para um cunhado que, segundo depois soube, comeu em um cozido.

Pois bem, a história é sobre o casco da tartaruga ou do jaboti.

O casco de navio faz com que o animal, uma vez virado, ou seja, colocado a parte côncava para baixo e a reta para cima, ficando com os pés sem sustentação, pode até morrer pois não tem como se virar sozinho.


Triste, mas verdadeiro.

Se bem que alguns se mexem tanto que conseguem se virar e escapar da morte.

E olhando-os, me lembrei de alguns ingratos na vida ou, simplesmente, pessoas desligadas do mundo real e que vivem o mundo real mais que nós mesmos.

Pessoas que encontrei na vida, caminhando devagar, em frente, mas sem enxergar o fim, o rumo. Pessoas que estavam com o casco virado, de pés para cima.

Dando uma de Deus, autorealização, complexo, vaidade, sei lá o quê, a gente desvirou, mostrou o caminho, deu o primeiro empurrão, e aí sabendo o caminho o percorreram ou o percorrem até hoje. Sempre em frente, sempre com sucesso, sempre caminhando, sempre subindo.

Aí a gente se pergunta: se eu não tivesse desvirado, teria sobrevivido? Talvez, com o calor ou o frio, o instinto de sobrevivência, o mexer das patas, o vento, a chuva, sei lá o quê, poderia ter feito aquilo que nós fizemos.

Mas, magoa, magoa ... mesmo assim, continuo a desvirar os cascos das tartarugas e dos jabotis que encontro ... e vou continuar sempre ... e as mágoas também continuarão ...

Dói mais quando a gente encontra as tartarugas e os jabotis que, embora nos reconhecendo, ainda nos mordem ...

Ou não reconhecem...

É a vida, doce vida!


18.11.2014

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