É uma honraria, é uma forma de agradecimento, é uma maneira de acolher os visitantes que se radicam na terra daqueles que oferecem. No carnaval, em qualquer cidade que o promova, o Prefeito entrega ao Rei Momo, as chaves da cidade pelo período da carne. É tradicional, é comum, é natural.
O que não é natural, se acontece, é a entrega das chaves da cidade para o gerente do banco, no meio do ano, por três dias. É inconcebível, é anormal, seria uma forma de puxassaquismo, de subserviência, de agradecimento por um empréstimo sem garantia ou se o prefeito estivesse com o cadastro negativo...
Aqui no Maranhão, está acontecendo o fato anormal. A Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão, através de grande parte de seus Deputados, está oferecendo título de cidadão maranhense como forma de subserviência, de troca de empréstimos ou favores ou empregos ou qualquer outra opção mais suja. Oferece-se título a qualquer um sem nenhum critério, sem nenhum resguardo, sem nenhum escrúpulo e ainda se usa a máquina administrativa para pagar anúncios, coquetéis etc...
Quer um exemplo: Canhedo, da VASP pelo Manuel Galinha, só para citar o mais grave, pois algum tempo depois se viu o que se viu. A esculhambação é grossa, tem deputado que só não coloca anúncio vendendo título porque teme cassação, mas todo dia oferece título de cidadão. E não escapa nenhum partido, vai desde o PT até o PMDB passando por todos que ali tem assento.
Que se dê um titulo ao piauiense José Arteiro – irmão do cabeção do Liceu – que deixou Teresina para vir a São Luis, trabalhou no comercio, montou comércio, é peça importante na história do comercio do Maranhão; casou, se radicou, e quando morrer deve ser enterrado no Maranhão, se justifica. Também se justifica os irmãos Albuquerque Aragão, das Lojas das Noivas/Dalban/Dalcar/Cauê. Manuel Ferreira da Lusitana, Oliveira Maia do Hotel Central e tantos outros que mereceram.
Outros, ainda merecem, como o Arione Diniz, cearense que aportou como vendedor da King Jóia/Itamaraty e hoje é um dos maiores proprietários no Brasil, da Ótica Diniz. O dono do Mateus, que começou em Balsas, me parece ser goiano.
Outros não mereciam e não merecem. O cearense da FRANERE, o Gilmar Mendes do STF, e tantos outros. A homenagem deve ser oferecida a quem presta serviços ao Maranhão, de forma contribuitiva, dá e recebe, não pode ser de maneira explorista, vem para cá, grila, rouba nas vendas, e ainda é homenageado. Há casos gritantes, dever-se-ia formar uma comissão para revisar todos os títulos dados, sanear, tirar os corruptos, os ingratos, os criminosos, os aproveitadores, enfim, fazer uma limpeza ética. Uma sugestão para chefe Joaquim, daria um bom bolo e poderia terminar em uma pizza.
Nos regimentos internos das casas legislativas, salvo melhor juízo, era proibido oferecer títulos a personalidades/autoridades durante o exercício da função. Por exemplo, o ministro Gilmar Mendes só poderia receber o título após se aposentar do STF; o presidente da PETROBRÁS só poderia receber após deixar a estatal e assim por diante. E não vale se oferecer o título hoje, por exemplo, para Luciano Moreira e se entregar em 2013, no novo mandato de Secretário, como fizeram. Por que não ofereceram quando estava como Secretário em Roraima, pelos serviços prestados ao Maranhão? O Expedito puxou o saco e a Assembléia amarrou. Desculpe, meu caro cearense e economista Luciano Moreira.
Por que não oferecem titulo de cidadão maranhense a médica Célia Dino? Ou a sua irmã administradora Silvia Dino, ambos do Hospital do Câncer? São cariocas e filhas do governador Antonio Dino. Para o Mauro Fecury – depois de deixar de ser Senador – que é Acreano? E por aí vai, tem tanta gente... até eu, que sou piauiense poderia ser homenageado.... ah.. iriam perder tempo, pois não iria receber e nem mandaria representante.
O mesmo se dá com a Câmara Municipal de Vereadores de São Luis do Maranhão, até o meu irmão (que é piauiense, puxem o saco..) resolveu puxar o saco do Capitão de Portos oferecendo título de cidadão de São Luis. O cidadão está aqui há menos de dois anos e já merece o título? Se não foi pedido de algum correligionário, se não foi uma troca por um espadim de amigos da Marinha, foi uma ação de puxa-sacos, com mil perdões, compadre doutor Viana.
Todo dia tem título, e Agnelli da Petrobrás em puxada do Ivaldo Rodrigues, tem até gerente de banco recebendo (deve ter dado um cheque especial/cartão/crédito a um ficha suja) e por aí vai. No dia que descobrirem que podem dar pós mortem, os comunistas Fernando e Rose vão oferecer para Karl Marx, para Che Guevara, podem anotar.
Os senhores deputados e senhores vereadores deviam procurar o que fazer, alguma coisa de útil para a comunidade, para o povão e não se comportarem como estão.
Como diz Boris, é uma vergonha!
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