domingo, 6 de dezembro de 2009

O BINGO E OS VICIADOS





Bingo é um jogo, como tal, vicia. Usado nas quermesses de Igreja para reunir os fiéis e tirar o seu dinheiro, de maneira discreta, sem ataques de dízimos como é hoje na igreja dos crentes/protestantes. É uma cartela com quinze números, cinco em cada fila, pagando a casa quem faz uma linha ou um bingo, quando a cartela é toda preenchida. Há as motivações, quando se faz um bingo com menos de 40 bolas, com menos de 38, ou se não marca nenhuma bola até a bola 20 ou ainda se paga a quadra na linha, se faz quatro números dos cinco.

Ainda pode ter incentivos como bater com a bola do dia, do mês, do aniversário, do partido político, enfim, se pode inovar como quiser. Aqui, em São Luis, há um bingo localizado na Rua das Cajazeiras, no centro da Cidade, depois do Mercado Central, na subida do Socorrão 1.

Quando tenho dinheiro, quando posso, quando a saúde permite, quando a minha mulher deixa, quando minha filha não reclama e não faz discurso religioso, quando tem vigilante para tomar conta da casa e da família, quando tenho motorista para dirigir, quando a doença está controlada, quando posso beber, vou. Não há dia certo, o pior dia (melhor para os viciados) é sexta feira, cheio demais, mas com prêmios bons.

Ultimamente anda me sentindo mal no bingo, apesar das melhoras nas instalações, pois o ar condicionado está melhor, dividiu-se, separou-se os fumantes dos não fumantes, mas os banheiros continuam imundos, a prataria é deficiente, mas não há taças, as mesas estão encardidas, as cadeiras tortas e velhas, enfim, merecia uma revisão geral, incluindo fardamento novo e estimulante para as vendedoras, sem contar com os marcadores que estão manchando. E tem crentes namorando em meu redor. Fora isso, o tratamento é VIP, há vigilantes, o gerente vem na minha mesa, sou bem atendido, guardam meu vinho (as vezes some/consomem a metade). No cômputo geral, o ambiente é bom, saudável.

Há bons freqüentadores, embora tivesse havido mais, antes. Morreram um bocado, o Djalma Campos, o Walber Duailibe, o Carlos, e tantos outros; já não vejo a Rosimar, mas tem uma gerente de seios grandes que deixa livre e sacolejam e me deixam louco; tem a mulher daquele advogado, novinha, um pecado; tem sempre uma mulher que merece ser observada, antes ou depois do vinho.

Agora, nos últimos meses, apareceram uns pastores, minha nossa, que azar. Ficam nas mesas namorando com as suas fiéis/irmãs, comem, não bebem, mas ficam azarando. Dão azar. Devia ser proibido. A gente não vai a Igreja deles (é bem em frente ao Bingo, inauguraram há pouco tempo com o fito de conquistar os jogadores/pecadores), porque eles vem ao Bingo?

Falei do Bingo. Falemos agora da sexta feira, dia 04 de dezembro de 2009. Por volta da meia noite, um garoto passou mal, por bebida, por emoção. O bingo só parou em virtude do barulho, não houve sensibilidade por parte da Mesa.

Não houve sensibilidade por parte de médicos que estavam no local, nem se levantaram para atender o rapaz, enquanto o irmão desesperado pedia ajuda. Os colegas o levaram para o hospital.

Lição disso?

E se fosse eu? Tivesse um ataque do coração? Não tenho ninguém a não ser o motorista. Como iria para o hospital?

É um local de ajuntamento de gente. Tem mais de 100 pessoas, de todas as idades, deveria ter um pronto atendimento, pelo menos um ressuscitador, um paramédico treinado, e, se possível, uma ambulância ou um convênio com o Socorrão para atendimento de urgência.

Há uma lei sobre o assunto, acho que é do Vereador/Deputado Alberto Franco, determinando que em eventos deva ter, obrigatoriamente, um aparelho para atendimento médico de urgência.

Fico o alerta, peço ao Vereador/Deputado que faça obedecer a sua Lei, solicito à Vigilância Sanitária que faça uma visita e alerte a direção do Bingo para os riscos da omissão de socorro e suas implicações. Como Advogado, se contratado, a direção pagaria/pagará uma indenização grande como omissão e danos.

Como quem avisa, amigo é, considerem amigo, como sempre, sempre sugerindo o melhor para o Bingo e para todos os viciados, incluindo eu.

Ah.... estão reformando o Shoping Távora Center para instalação de um bingo. Será o nosso? Ou mais um proibido de máquinas caça nínqueis.

É preciso melhor, colocar prataria/louças novas, reformar as cadeiras, limpar as mesas, pintar paredes, aumentar iluminação, fazer novo treinamento com as vendedoras e vendedores, escolher melhor e mais mais bonitas/bonitos, usar marcadores que não manchem, fazer promoções, colocar mais quadros, dizer o começo e o fim da série em jogo para evitar fraudes, fornecer recibos dos ganhos para imposto de renda, ter um posto médico, melhorar o serviço de bar, proibir pessoas que não vão jogar. E, ainda, dar fardamento novo a todos os vendedores, mulheres e homens, bem como aos garçons, homens e mulheres. Estou sugerindo, vejam as coelhinhas e os rapazes com gravata borboleta, uma boa idéia para o setor de venda de cartelas, incluindo o pessoal da mesa.

Quer mais?

Outro dia. Fiquei decepcionado com o Bingo na sexta, e se o jogador tivesse morrido?

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