domingo, 28 de novembro de 2010

A CRISE NA SAÚDE BRASILEIRA


Não sou especialista no assunto, a minha afinidade é que sou casado há 37 anos com uma médica e tenho um curso de especialização em administração hospitalar, além de ser membro do Colégio Brasileiro de Administradores de Saúde. Mas, o essencial é que sou impaciente ao usar os serviços de saúde ou paciente, na linguagem deles.

                              O problema é geral, a grita é no Brasil inteiro.

                              Qual a solução?

                              Não roubar. Rouba-se ao sonegar, rouba-se na Presidência da República, rouba-se no Ministério da Saúde, nos Governos dos Estados, nas Prefeituras, enfim rouba-se em todo lugar.
                              Aplicar bem os recursos da Caixa Econômica Federal (os jogos, ao se jogar há um percentual para a saúde), aplicar bem os recursos federais (do chamado orçamento federal). Aplicar bem os recursos do DPVAT (seguro obrigatório que tem um percentual para a saúde).

                              Pergunto: qual o orçamento global para a saúde no Brasil? Ninguém sabe, nem o deputado federal, nem o senador, nem mesmo o governo federal, há uma estimativa. É um caos total.

                              Mas, vamos dar um crédito. Sabemos qual é o orçamento, vamos controlar melhor, distribuir com controle e fiscalizar os prestadores de serviços.

                              Feito isso, incentivemos a reforma, ampliação e construção das unidades de saúde, quer clínicas, quer hospitalares.
                              Usemos o Ministério da Educação e a Caixa, além dos bancos oficiais, BASA, BNB ... (tem mais algum?) para incentivar o  estudante a fazer medicina. Financiemos qualquer estudante com a promessa que eles poderão pagar após o curso.

                              Aprove-se um plano de classificação de cargos e salários federal onde o médico (as profissões médicas) seja remunerado como um juiz ou promotor, hoje em torno de 24 (vinte e quatro mil) reais inicial, ao invés dos 700 reais dos socorrões da vida ou 5/7 mil do médico da família. Ao pagar bem, incentiva-se a “vocação” para a medicina, acaba-se com os “bicos” e os médicos podem se dedicar a um único emprego de 6 (seis) horas por dia. É o razoável e o bastante.

                              Ou, por outro, o governo federal passa a pagar o mesmo salário de um juiz para o médico e força os governos dos estados e dos municípios a fazerem o mesmo, ainda que, no primeiro momento, haja subsídio.

                              Falta ainda, é um processo contínuo e a longo prazo.

                              Há de ser começar uma educação ambiental e de saúde, explicando aos alunos do fundamental, do médio, de todos os graus, a importância dos hábitos de higiene e os males das drogas. Como se proteger das doenças, como evitar, como não ser contaminado, como ser saudável. Além da higiene pessoal, a higiene social, a troca de fluídos ou líquidos, a injeção de bebidas, o uso de entorpecentes, a alimentação saudável. Sem esquecer do sistema de vacinação do nascimento à morte (idade idosa).

                              Se houver uma boa educação, mormente a alimentar, vai sobrar leitos hospitalares.
                              Há algumas outras medidas mais enérgicas e urgentes. A repressão das drogas, a fiscalização do uso de motos. Sou favorável à proibição de fabricação e venda no Brasil de motos e similares. Acidentes ocupam muitos leitos hospitalares que poderiam ser usados por doentes e não por suicidas.

                              Prender sem piedades os traficantes. Punir os familiares dos usuários. Tratar dos usuários, depois cobrar.

                              Fico por aqui, para não adoecer de cansaço ou por raiva do sistema.

                              Pode discordar....
                             
                               

Um comentário:

Bill Kuster disse...

Boas! Trabalho no SAMU 192 e adorei o texto, quase-todo. Por favor, sou motociclista há quase dez anos e nunca sofri um acidente sequer, mesmo abusando um pouquinho da moto às vezes. Uso a moto para trabalhar todos os dias, um grande trecho em rodovia federal e outro trecho urbano, mesmo assim, nunca ocupei leito algum em hospital. Apesar de todos os plantões - raras as exceções - resgatar um ou mais acidentados de moto, acho muito radical sua fala sobre proibições de fabricação. Poderíamos então proibir o sexo, devido a transmissão de doenças!
Penso o contrário, pois da mesma forma, tanto o caso de um adolescente que inicia na vida sexual quanto outro que começa a pilotar, o imprescindível é a educação!
Já parou para perguntar quais as motos mais envolvidas em acidentes que superlotam os hospitais? A grande esmagadora maioria das motos envolvidas em acidentes são as de baixa cilindrada, preferidas por pessoas de renda menor e por profissionais de moto-entrega (vá, motoboy's!). Será que pessoas que utilizam motos desse segmento tem a educação no trânsito necessária?
Da mesma forma como deveria ocorrer com a saúde, pq os DETRAN's não podem promover mais educação?
Saiba, ao contrário do que se diz,"moto só tem duas rodas e foi feita para cair" digo: "moto só tem duas rodas e foi feita para pessoas equilibradas"!
Abraço e parabéns pelo blog!