quinta-feira, 3 de junho de 2010

FILOSOFIAS DE UM MORTAL COM PRAZO VENCIDO



A idade chega e, de repente, a gente sente. Aí vem a depressão, a espera da morte, tem-se crises existenciais.

Como se separa a depressão da velhice das memórias, das recordações, das lembranças e das saudades? O que é cada uma dessas manifestações? Corro o risco, recordações são lembranças de coisas vividas ou não; lembranças são recordações de fatos vividos; memórias são lembranças e recordações de coisas ou fatos que você se lembra; saudades são memórias, recordações e lembranças que nos chega à alma.

Divergem? Há outras definições ou conceitos? Esses são os meus, do filósofo Emanoel Viana, o homem que não engana, no dia do seu aniversário. Aniversariei no dia 1 de junho, geminiano da gema, igual a mim, conhecidos, só a Roseana filha do José Sarney e Edivânia do TRT.

Pouca gente me ligou ou se lembrou, as mais importantes ligaram, minha Mãe Teresa, a minha mulher Lúcia e algumas amigas como Josélia, Sílvia.

Foi aí que me bateu o banzo, a depressão, a irritação, a letargia, enfim todos essas manifestações que me referi acima.

Lembrei-me que poderia ter aprendido a andar de patins, ter aprendido a tocar violão, ter feito um curso de doutorado e livre docência, um curso ligado à mente (psicologia, psiquiatria) e ter tido começado a minha sexual mais cedo.

Estou satisfeito com minha familia, meus dois filhos, minha mulher, minha Mãe, meu Pai, meus irmãos. Satisfeito com minha formação educacional, fiz jornalismo, radialismo, contabilidade, administração, direito, política.

Recordo que poderia ter assumido o meu filho com Marly, com Concita, com Duca. Parece que a Marly abortou, as outras dizem que as filhas não são minhas... tudo bem.
Aí (perdão Prof. Iaci) começam as saudades.

Como pornógrafo, sexólogo, sem vergonha, tenho saudades de algumas mulheres. Coloque o disco do Martinho da Vila, mulheres e passe a ler o restante do filosofar de um mortal com prazo vencido.

Não associam os nomes que vou citar com alguma amiga viva dos nossos dias pois algumas já se foram e os nomes foram mudados ou, propositadamente, os mesmos para confundir.

Pois bem, fico com saudades da inocência de Sebastiana, Jura, Sara, Janaína, Crislaine, Luzia, Iene, Suelem e Aninha. Foram massa na mão de um artesão preocupado. Sem contar com a Olinda que, até hoje, distante, tem tentáculos e me envolve em sua teia quando se fala em Praia do Olho Dágua.

Saudades de Solange, com botas, do telefone de ursinhos e do jipe; de Joanita de Timon, Teresina e Recife/ SUDENE; de minha noiva Mariene, a orelhuda; da intelectual Alba; da professora Pirrita; da medrosa Duca e seu biquini de bolinhas; da poetisa Gracinha e a calçada de cimento; da honesta Concita; da bonita e completa Isabel; da benemérita Marly com sua ajuda em tudo, inclusive na paternidade; dos pratos da Liene e do pavor da colega Das Dores. A Glorinha com todos os seus atributos, virtudes e defeitos, só faltou um filho.

Também há lembranças carnais, puras... a Edinalva molhada, a Josilene com suas ancas, a Djuly com seu ardor, a Érica com o reverso e a Edna com seu seios. A baixinha Yolanda com sofreguidão em Brasília.

Com tanta mulher, ninguém me ama, ninguém me quer, vivo jogado esperando o prazo vencer. Nenhuma delas me ligou, mandou mensagem, mandou presentes, esteve comigo relembrando, fazendo carícias, ainda que verbais... (...triste, decepcionante....)

Esqueci alguma? Devo ter esquecido, agora mesmo me lembro da Ione, um dos melhores boquetes de minha vida, perdendo só para Glorinha. O destino fez com elas se unissem na vida pelas seus contactos amorosos.

A vida continua, as lembranças, as recordações, as memórias, as saudades, tudo, bem como a depressão da velhice.

A gente escreve, vomita, marca, fixa, documenta, para não esquecer e para se lembrar.

As minhas mulheres que me marcaram, obrigado, que sejam felizes ao lado dos seus, se casadas com os maridos, se companheiras com os amados e se viúvas com as saudades dos que se foram. Incluam-me, se possível.

Continuo o mesmo, velho sem vergonha e ainda com algumas vontades. Até o próximo ano, dia primeiro de junho de dois mil e onze, 01 de junho de 2011, se vivo estiver.

O telefone continua o mesmo (098) 9119.0139 O e-mail floresmar@zipmail.com.br ou floresmar@estadao.com.br. É isso aí.


3 comentários:

Anônimo disse...

Salve, Emanoel. O garçon me entregou o cartão de seu blog na praia. Fiquei curiosa e dei uma olhada. Muito interessante!!! Mas, a teia mágica da vida, onde acaso não existe e sim a lei que atrai o que necessitamos, me leva a informar, como médica geriatra, da importância de aprender a arte de chegar aos 100 anos independente e de preferência em boa forma. Dê uma olhada no site da Nat Geo sobre zonas azuis, os lugares na Terra com centenários felizes e as lições que ensinam. QUE ESTE SENTIMENTO DE DEPRESSÃO SEJA APENAS O VAZIO QUE EXISTE NO CORAÇÃO PARA AS PERGUNTAS ESSENCIAIS QUE ANSEIAM POR RESPOSTA, A FORÇA MOTRIZ DA TRANSFORMAÇÃO PARA SEGUIR SEMPRE MELHOR! FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

Dr. Silvério Fritz disse...

Olá, Tio!

Vim conferir seu blog e dar um abraço pelo seu aniversário. É isso aí, aniversariar é tempo de pensar na vida... Mas tenho certeza que o senhor também deixou muitas saudades por onde passou com esse seu jeito tão peculiar e autêntico. Um grande abraço e até um dia desses. Pelo menos agora a gente dá notícias pela internet, não? Quando for a São Luís, pode deixar que eu aviso.
Ah, estou seguindo seu blog, viu? Dê uma olhada no meu, embora eu não escreva muito...

Erico Campos.

Geisa disse...

Como é prazeroso ler seus depoimentos verdadeiros! Confesso que não tinha conhecimento da data do seu aniversário! O que importa é que quero expressar a admiração pelo senhor, que eu possa aprender cada vez mais com seus textos a entender a nossa realidade. Parabéns pela sua maneira de ser...
Geisa