quinta-feira, 25 de março de 2010

TUDO O QUE UMA MULHER GOSTARIA DE LER DO HOMEM QUE VIVE COM ELA, ANTES QUE A ALGUMA COISA ACONTEÇA E ELA OU ELE NÃO POSSAM ESCREVER OU LER. ...








OU, SIMPLESMENTE, O ANIVERSÁRIO DE LÚCIA FERNANDA....

Conheci Lucia em 66/67 quando estive em São Luis pela primeira vez. O mano era estudante de Medicina e em uma reunião na Faculdade no Largo dos Amores, a vi. Baixinha, magra, elegante, com jeito de rica e mais velha que eu. Nem me olhou.

Mais tarde, quando vim morar em São Luis, 69/70 passamos a nos conhecer, em virtude de ela namorar um morador do Juventus Universitário, local em que morava. Conversa vai, conversa vem, ela, em rasgo de generosidade, resolve me aprimorar como motorista em sua Rural, seu automóvel.

Amigos, em junho de 1970, foi me buscar chorando depois de ter recebido/dado bilhete azul do/para namorado. Em um gesto elegante, ofereci o ombro para que chorasse. Começamos o namoro no dia dos namorados e nos casamos em 1973 na Igreja Nossa Senhora da Conceição, ali no Apeadouro, com as benções de todos os que compareceram. Destaque para o Padrinho José Maria Ramos Martins, reitor e que emprestou o carro de esnobe, a madrinha Duo, a Tia Florzinha, o Tio João Ferreira, a Tia Gracinha, o Tito, a Ada, só para me lembrar dos mais importantes e dos que se foram.

Em 1974 nasce Alex, filho homem. Em 1976 nasce Fernanda, filha mulher. De lá para cá, idas e vindas, altos e baixos.

Foi e é uma mulher bonita, embora esteja quebrada pelos anos e doenças. Seios pequenos, duros. Ancas grandes para sua estatura, coxas razoáveis, magra – agora não está mais – olhos penetrantes e sem vergonha, na hora certa. Muito boa de cama e em quatro paredes sempre nos limitamos no ilimitado.

Companheira de todas as horas, capaz de deixar tudo e viajar só por um telefonema, capaz de fazer as mais estranhas e bizarras loucuras comigo. Chegou a dormir, em Manaus, quando de compras de importados, com estranhos. No mesmo quarto, comigo, sem nenhum relacionamento sexual com os outros, imbecil.

Fizemos tudo juntos, agora tenho me recusado a morrer juntos, afinal o casamento diz que enquanto a morte os separe e não que devemos morrer juntos. È que anda deprimida e se recusa a fazer determinadas ações ou passeios e pede companhia. Justo....

Determinada.

Constante.

Professora do Rosa Castro, estagiária nos prontos de socorro da vida e de Jakson. Concluiu medicina em São Luis, fez especialização em Ribeirão Preto.

Fez concurso para Professora da Universidade Federal do Maranhão, aposentou-se como Chefe do Departamento de Patologia da Universidade, aliás, minto, apesar de ter sido durante uma vida, ganha uma miséria como professora.

Foi a primeira a idealizar um Materno Infantil, juntamente com outras colegas médicas, mas foi quem implantou o primeiro hospital deste gênero, ali detrás do Nhouzinho Santos.

Ingressou em uma Sociedade de Patologia, depois na Academia Maranhense de Medicina e, conseqüentemente, na Academia Brasileira de Medicina, onde está até hoje. Faz um excelente trabalho, inclusive com apresentações literárias e científicas. A História da Medicina no Maranhão, em especial, em São Luís merecia ser transformado em um livreto para todos conhecerem.

Quer mais?

Culinária, aqui em São Luis ou no Maranhão, somente perde em matéria de comida para a Professora Admee Duailibe. É capaz de preparar até Torta de Jaçanã. E é verdade.

Excelente dona de casa, entende de etiquetas, sabe manter a distância e a proximidade com os empregados, conhece todos os setores, inclusive supermercado.

Quer mais?

Mãe devotada, capaz de qualquer sacrifício pelos dois filhos; irmã dedicada, capaz de manter vivo, não deixar amputar o irmão, cura-lo de um câncer; oferecer ajuda financeira nos problemas dos irmãos; ajudar os sobrinhos nos custos educacionais e outros; ajudar qualquer um da família com atendimento médico, atendimento de conforto espiritual pois é católica praticante e de crença.

Amiga até debaixo dágua dos amigos, ajuda até naquilo que não devia ajudar, em quase tudo quando um amigo está com dificuldades. É Santa Lúcia.

Gosta de festas, gosta de amigos, gosta de almoçar, jantar, lanchar fora de casa; adora um casamento; vai a funeral e missa de sétimo dia; vai a aniversário e não esquece o presente. Está sempre presente, na tristeza, na alegria dos amigos, da família. É pau para toda obra.

Quer mais?

É filha exemplar, ajuda a Mãe em tudo, visita diariamente pessoal ou por telefone, quando não está disposta. Toma conta dos remédios, das visitas, leva a Mãe ao Rio de Janeiro quando necessário, vai a outros Estados quando convocada pela Família. É a filha, a irmã, a prima, a sobrinha, a mãe, a amiga, a colega que todos querem e desejam.

É minha companheira, minha esposa, minha mulher. Tem defeitos? Deve ter, ninguém é perfeito, mas tirando os defeitos, é perfeita.

Brincadeiras à parte, Lucia Fernanda teve uma boa vida e merece ter melhor vida ainda, no tempo em que nos resta, e já não é muito.

Lucia, tento dentro do possível ser o homem, o marido, o companheiro que merecerias ter, se falho em alguma coisa, me desculpe... creio que depois de 40 (quarenta) anos, a gente não muda mais. Em todo caso, aponte os erros e, hoje, 26 de março de 2010, meus parabéns por mais um aniversário.

Que o meu Deus, que o teu Deus, que o nosso Deus, realize os teus desejos, os teus bons sonhos e que a gente ainda possa desfrutar da companhia um do outro até que a morte nos separe.

E que ela (a morte) erre o roteiro ou demore bastante.

Parabéns! A turma toda manda abraços, Puff, Paff, Tibor, Angélica, Júnior, Louro José, Rosa Maria, Vinícius e todos os demais camaleões, bentivis, passarinhos, árvores que plantaste ou cuidaste, enfim, todos que formam ou formaram a Familia Viana. Ah... os filhos também Mitchael Alexandro e Maria Fernanda. A nora Adriana e o neto Daniel... e .....

4 comentários:

Lídia Rodrigues disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lídia Rodrigues disse...

Nossa Dr. Emanoel, me emocionei ao ler a homenagem que fez à sua esposa! Certamente Dra. Lúcia Fernanda se sentirá lisonjeada e feliz. Estive pensando, ao ler seu texto: Meu Deus, como está “escasso” o ato de elogiar nos dias de hoje! Tanto, que quando nos deparamos com um romantismo assim, ficamos bobos, emocionados, mas, felizes por concluir que ainda podemos acreditar na instituição família, casamento, união Divina! e como tem coisas que perfumam nossa alma... Um elogio, um abraço, um sorriso, um marido à moda antiga, que além de amar demonstra com palavras tão lindas e perfeitas! percebi que vem do fundo do seu coração! Meu Deus, como o amor tem a essência da ingenuidade deixando permanecer vivo em seu coração todo esse carinho, atenção, brilho no olhar quando fala na esposa( eu já vi), essa paixão toda!!... não tem outro nome que não seja amor...isso mesmo, AMOR, é o que vc demonstra sentir à sua esposa, que fez por merecer esse amor e certamente tem reciprocidade!
É gratificante e lindo ver o respeito que sente à Dra. Lúcia, mãe, filha, prima, cunhada,amiga, irmã e acima de tudo sua mulher ! respeitar a esposa é mostrar respeito a todas as mulheres , é mostrar que sabe usar da oportunidade de educar o olhar e a sensibilidade, é poder treinar a capacidade de encantamento, de sensibilizar-se, de admirar. Habilidades que ficam, muitas vezes adormecidas na rotina, mas que não morrem e de vez em quando reaparecem para renovar o ânimo e fazê-la (a esposa) sentir-se valorizada, amada e querida.
Dr. Emanoel, saiba que o elogio que vai, volta. Volta melhor. Volta em forma de sorriso, de afeto e promove uma enorme troca de energia, de ternura, de amizade, de carinho, de paz , de tranqüilidade e de amor. Tem que ser assim mesmo, doado, inteiro e completo. É como dizer: "Estou aqui com você, aconteça o que acontecer" Um elogio custa tão pouco e consegue tanto!!!! faz feliz quem dá e quem recebe, quebra qualquer clima triste e faz o dia e a vida serem melhores.
Parabéns por ser quem é, parabéns pela esposa que tem, que papai do Céu continue abençoando vocês sempre, mais e mais! Que Ele conceda muitos anos de vida a ela com muita saúde e paz.

Lídia.

Maria Fernanda Bastos Viana disse...

Ainda bem que depois de tanto tempo vocês souberam se amar e continuar amando. Antes, duvidava do poder do amor em um casamento e muito distante via o de vocês como um padrão para mim. Hoje, quero viver um amor assim onde por mais difícil que se pareça todas as ações são fundamentadas nele.
Muito obrigada por vocês serem meus pais.
Chorei, lindo. Um grande abraço. MAFEBAVI.

marilene linda disse...

ela merece grande amiga estou longe mias nunca deixo de lembra de uma grande amiga parabéns fofa