sábado, 22 de agosto de 2009

PARTES ÍNTIMAS FEMININAS E BRASILEIRAS





PARTES ÍNTIMAS FEMININAS E BRASILEIRAS

Os pudibundos chamam de partes íntimas, algumas mulheres, geralmente mal criadas e educadas, por isso frígidas, nunca se olharam no espelho. Alguns homens só conhecem as dos outros, as partes íntimas da Mãe são inexistentes, da esposa só veem na hora do sexo e das filhas é tabu.

Há preconceito quando se fala em sexo, principalmente quando se nomeia as partes íntimas, quando se diz: buceta. O dicionário define vagina como canal músculo-mucoso que se estende do colo do útero à vulva, geralmente em forma de bainha; vulva são as partes genitais externas da mulher e da fêmea de animais. No popular chama-se a vagina de vulva e vice-versa.

Tenho curiosidade em saber por que algumas vulvas são bonitinhas, em forma de bainha, parecendo índia, parecendo as meninas. Depois que as mulheres crescem, a vulva, em algumas, se deformam, ficam floridas, parecem pétalas de flor, para fora, feias, parecendo feridas. Alguns dizem que é genético, outros é a fricção de tecidos, dedos ou outros objetos; outros falam que é depois da maternidade; outros depois do ato sexual e sua constância. Para mim, até hoje, é mistério.

Antigamente chama-se de vagina. Em Timon, na época da mulher que me inicial no sexo, minha Pirrita (tinha uma buceta parecendo índia, só o rasgo), a gente chamava de priquita ou priquito.

Para falar sobre o assunto, pedi aos amigos e amigas que nominassem a buceta. Consegui buceta, precheca (no funk), perseguida, peladinha, xoxota, xandanga, xana, xiri, peludinha, cocota (geralmente em relação familiar), xereca (novamente no funk), caralho (na classe mais baixa), aranha, grelo, cucuta (também entre familiares), capuz de fusca (no meio da prostituição ou gang) e periquita. Decepcionei-me, pouca variação para um tema tão importante, tem mais nome de marca de cerveja que de vagina.

É “imoral” falar outro nome que não vagina, não é sadio, é “pornógrafo” quem fala “palavrões”. Há, na verdade, um medo. Quem tem a mente aberta pode ser chamado de imoral, de pedófilo, de anormal; quem não fala, é enrustido, é anormal, é recalcado. Há de se ficar entre os dois, no meio-termo.

Procurei no google se havia outros nomes para a buceta, encontrei uma espécie de tese sobre o assunto de educação sexual, pincei o seguinte trecho: “Para entender como se procedem essas práticas, entrevistamos algumas professoras da rede pública de ensino do município de Florianópolis, visando investigar como refletem sobre o tema sexualidade. Para tal, iniciamos com algumas cenas, retiradas dos relatos das professoras para iniciar a análise, depois cada professora relatou como desenvolve as atividades sobre sexualidade

Na primeira cena, que foi citada por três professoras, fica expresso a dificuldade em tratar de um assunto que, ainda não está completamente resolvido para as próprias professoras. No relato, havia a seguinte frase: “eu não consigo falar os nomes das partes íntimas para ninguém, nem parafilhos, nem para alunos. Prefiro usar outros nomes.”( relatos, p1).

Esse tipo de comportamento é freqüente no cotidiano escolar, pois mostram o desconforto de uma sociedade que foi educada a silenciar sobre a sexualidade. Como argumenta que esses episódios são freqüentes na prática educativa, refletem a ansiedade, o desconforto e as atitudes inadequadas em relação às curiosidades e às manifestações sexuais das crianças. A Educação sexual, na maioria das vezes e quando existe, restringe-se à adolescência.( CAMARGO, 1999, pág. 56).” Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder.Florianópolis, de 25 a 28 de agosto de 2008.Sexualidades e infâncias: A utilização dos PCN´s na prática escolar.Jaqueline Ap. M Zarbato Schmitt (UNISUL\USJ).Sexualidade, educação, infância.ST 53 - Gênero e sexualidade na escola e na mídia.

Na verdade, o tema é interessante mais pouco discutido, qualquer que seja o nome dado as partes íntimas, o que vale a é intenção. Quando a gente fala com o pessoal da Família ou de que a gente tem respeito, há uma entonação, há uma denominação; quando se fala na mulher que a gente quer fazer sexo, gosta, adora, o sentido é outro, o nome é outro; e quando se pensa em safadeza pura, é outro nome, é outra entonação, mas há uma unanimidade nacional: em qualquer parte do País Brasil, partes íntimas é vagina, é buceta, é caralho.

E eu, ainda, gosto!

5 comentários:

Carlos Magno Filho disse...

NO MEU PONTO DE VISTA, VAGINA SIGNIFICA O CANAL QUE UNE O ÚTERO AO AGRADÁVEL.

blog do Emanoel Viana, o homem que não engana disse...

Ou melhor, é um lugar sagrado, é onde se morre e se ressuscita, a cada vez! Palavras de Emanoel Viana, o homem que não engana.

Anônimo disse...

É também um lugar por onde se nasce Dr. Emanoel... portanto, um lugar realmente sagrado.

Mirelly disse...

pequena obs:de acordo c/ os textos eróticos caralho - equivale a pênis Sr. Emannuel

CHIICO MIGUEL disse...

Emanuel,
Vou ser sucinto. O problema é que o basileiro é preconceituoso; com relação ao sexo, nem se fala. Apesar de a nosso Cosntituição Federal anotar que não se deve ter preconceito nenhum, o brasieliro tem não só preconceito de cor (negra, e agora depois do PT, também de cor branca). de beleza ou feiura, de sexo, e de tudo que se possa imaginar. Para mim, "o povo brasileiro é de fritar bolinho, é composto de macaquitos, com dizem os argentinos, embora isto também seja preconceito. Mas é verdade, não somos o povo "bonzinho" que os políticos apregoam para ter o voto e depois gozarem as sinecuras que nós pagamos.
Para quem ia ser sucinto, fico aqui, sem mais comentário, a não ser que o seu blog é espetacular. Vou fazer um link no meu.
Abraço forte
Chico Miguel de Moura