Juro que não me lembro a razão de o comprar, mas o comprei.
Acho que em 1988/1990 não me recordo, porém me recordo que me trouxe muitas
alegrias. Andei a Ilha toda, trilhei por vários caminhos inóspitos, estive na
Praia da Guia, Praia dos Amores, na Praia de Juçatuba, estive no tibumba enfim,
rodei a Upaon-Açu, sempre com Lucia e em alguns momentos com amigos e amigas que,
por questões de ética, não as nomino.
Em
2010 quando estávamos no Araçaji, tivemos o desprazer se sermos assaltados,
levaram objetos pessoais. A Lucia então implicou e disse que não usaria mais o
Bugre. O pobre ficou encostado, sempre que possível, nunca mais de 1 ano, o
recuperava, destravava as rodas, mudava pneus, descarga, capas, bancos etc...
A
dona Raimundinha, da lojas de peças para automóveis na Kennedy, a LELUCAR
conhece o bugre como ninguém, o abasteceu durante mais de 10 anos. O mesmo se
deu com o Carlos, motorista bisexto que sempre o acompanhou. Outro foi o
Américo, o homem das capas e dos bancos e responsável, agora pela venda.
O
pobre do bugre, Bugre, ficou jogado no canto da garagem, sendo inclusive
menosprezado por todos, salvo o meu sobrinho Ricardo que o usou durante algum
tempo quando aqui em São Luis chegou e não tinha trazido os seus carros. Gente
reclamava e dava pitaco, vende, está ocupando espaço.
Ah.... recordei-me, a minha filha Maria Fernanda o usou como veículo durante alguns anos, frequentou a Universidade Federal do Maranhão, durante alguns anos, no curso de jornalismo, ficava no Bambubar, quando ganhou o apelido de psicodélico, por ser roxo e amarelão; também, frequentou o Curso de Direito do CEUMA, o Escritório Escola da OAB/MA, sem contar com uma Escola Superior do Ministério Público, onde, ficava estacionado, atrevidamente, a vaga de um procurador de justiça. Tem outras.
Ah.... recordei-me, a minha filha Maria Fernanda o usou como veículo durante alguns anos, frequentou a Universidade Federal do Maranhão, durante alguns anos, no curso de jornalismo, ficava no Bambubar, quando ganhou o apelido de psicodélico, por ser roxo e amarelão; também, frequentou o Curso de Direito do CEUMA, o Escritório Escola da OAB/MA, sem contar com uma Escola Superior do Ministério Público, onde, ficava estacionado, atrevidamente, a vaga de um procurador de justiça. Tem outras.
Eu
resistia. Meu amigo Bugre, tantas alegrias, agora só por estar velho, sem uso?
NUNCA!
E
o tempo foi passando, aguentei uns 5 anos, levando em conta que, mesmo antes do
assalto, já havia manifestação de desapreço pela permanência do mesmo em nossa residência.
Aguentei
e conversei com ele.
Mas,
tudo morre, tudo tem limite. Senti que o Bugre estava morto, sem alma, já não
conversava comigo, ficava em um canto, jogado, coitado.
Decidi
enterrá-lo, vendê-lo. Sempre pedi 7 mil, 5 mil. Baixei para 4 mil. Não apareceu
ninguém. Baixei para 3 mil, nada. Consegui 2 mil e quinhentos reais. Dinheiro
que não pagou sequer os pneus, cada pneu, ainda novinho, com cabelo (borrachas)
custou 700 reais, total 1.400 reais; calhas, mesmo valor, total 2.800 reais.
Mais descarga, mais o resto, entreguei o Bugre. Enterrei meu Amigo.
Nem
chorei, juro, fiquei saudoso, triste... lembrei que ele ficou na casa de uma
Amiga minha no Araçaji, em uma das pressões para que eu me visse livre dele. A
Amiga o acolheu e o tratou muito bem durante algum tempo, alguns meses.
Agradeço hoje, penhoradamente.
Também
agradeço aos poucos que não o condenaram, os que, se não me incentivaram, não
disseram nada desabonador. Em todo caso, obrigado a todos, especialmente ao meu
Amigo Bugre pelas alegrias que me deu e que trazem saudades.
Mais
uma desculpa, em uma sexta feira, para tomar uma taça de Cabernet...
Vai
meu Amigo Bugre, no dia de finados, não estás morto, estás longe de mim
somente....
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