
Amigo meu chega e
começa a conversar: já fizeste exame de próstata? Sim, respondo, todo ano, e
com o toque anal, um ano sim, outro não. Ano que não faço o toque, faço exame
de sangue e ultrasonografia do abdômen, lhe digo. Os toques, uns são feitos com
o Leite, outros com o Ayres.
Não gosto muito do atendimento na Clínica do José
Maria Ayres, negócio de atender por ordem de chegada, democratizando o
atendimento (palavras dele), quer seja SUS, quer particular, mas, como é amigo,
vou lá, ano sim, ano não.
Ele, muito chateado, pergunta a razão de não ter
feito com ele. Confesso que não soube o que responder, não sabia que o dito
cujo era Urologista, pensei que fosse Proctologista, afinal os dois usam o rabo
da gente.
Continuou a conversa, fico chateado com os homens
que vão fazer exame de próstata. Uns chegam desconfiados, olham para um lado e
para o outro, dizem que é a primeira vez, perguntam como é, se dói etc... para
descontrair, chamo sempre uma Enfermeira/Técnica de Enfermagem/Auxiliar de
Enfermagem/Atendente – eles não sabem a diferença, só olham o jaleto e a
aparência – mais feia que está disponível. Feia? Sim, pois se chamar bonita,
ficam acanhados, choram até.

Acho que é tendência homossexual, depois de tirar
toda a roupa, o “pinto” encolhido, na maioria das vezes, ficam na posição
infame, chamo a atenção, não é preciso isso, deite aqui, fique me olhando,
levante as pernas, aí meto o dedo, devidamente higienizado, com luvas e
vaselina. Alguns, o dedo não consegue entrar direito, é preciso passar vaselina
duas vezes, o dito cujo contrai.
Outros, tenho que segurar a mão, entra todinho, já
estão acostumados com o exame. E aí vem as variações. Variações? Sim,
variações.
Tem os chamados enrustidos, chegam desconfiados,
perguntam se podem ficar sós com a gente (comigo) ou se não tem um homem como
enfermeiro. Sempre vem sozinhos, cheios de perfume, roupa limpa ou nova, e
depilados, inclusive na parte de trás. Ficam quietinhos, o anús se abre e fecha
com o toque. Outros, vão mais além, ficam de pênis duro, quando introduzo o
dedo no ânus.
Nossa!
Ah... e a enfermeira fica toda nervosa, se é
branca, fica toda vermelha, parece que gostaria de uma suruba. Fim de papo. Fim
de papo? Nada, ele diz para finalizar: ah... tem o homem das cobras, que gostas
muito, apesar de velho, sempre vem aqui fazer o exame. Gordinho, com pelos
naturais e sem frescura, vem acompanhado da mulher que entra junto. Fica na
posição normal, posição de mulher fazendo o papa nicolau, nem tira o óculos,
fica olhando para o teto, acho que fica fazendo crônicas no ar. Quando termina,
pinto mole, pergunta: terminou? Sim, digo. Ele sai do mesmo jeito que entrou,
com ar triste/alegre.
Bem, o papo está ótimo, obrigado por me trazer no
Aeroporto, próximo ano, nas férias, virei comer churrasco contigo aqui nos
Pampas, me despeço.
E conto a história para vocês. Acreditem, aconteceu.
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