terça-feira, 1 de novembro de 2011

CONSTRUINDO PONTES


Da Revista Repente, ano XCII, edição 102, julho de 2011, em Moral da Estória, repito por ter achado interessante:






Dois irmãos que moraram em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho, lado a lado. Mas aora tudo havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.

Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem em sua porta, Ao abrí-la, notou um homem com a caixa de ferramentas de carpinteiro na mão.

                  - Estou procurando trabalho, disse ele. Talvez tenha algum serviço para mim.

                  - Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade do meu irmão mais novo, Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pioha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta.

                 - Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos.

                    O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade.

                    O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro. Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho.




                     Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou: - Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo o que lhe contei.

                               Mas as surpresas não pararam aí. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio. O irmão mais novo então falou:

                      - Você realmente foi muito amigo construindo essa ponte mesmo depois do que eu lhe disse.

                            De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte.

                               O carpinteiro que fez o trabalho partiu com sua caixa de ferramentas.

                              - Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você.

                                 E o carpinteiro respondeu:

                          - Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir...

                         Já pensou como as coisas seriam mais fáceis se parássemos de construir cercas e muras e passássemos a construir pontes com nossos familiares, amigos e companheiros de trabalho? O que você está esperando? Comece agora!

                           Não espere pela iniciativa dos outros!!

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