sexta-feira, 26 de março de 2010

ACREDITE SE QUISER




Creio que era uma série de rádio, mais tarde de televisão e teve publicações em jornais e revistas, nos anos quarenta, cinqüenta, já nem me lembro. Eram histórias impossíveis de terem acontecidas, à primeira vista, mas que, no decorrer da narrativa, torna-se possível.

É o caso que relato.

Senhora Maria José de Sousa Bastos é professora aposentada pelo Município de São Luis, depois de mais de 40 anos como diretora do Colégio Alberto Pinheiro/Neto Guterres ali detrás do Ginásio Costa Rodrigues, no Centro da Cidade de São Luis, Estado do Maranhão.

Tem 92 anos.

Da Família Coelho de Sousa, teve irmãos importantes, como o General João Coelho de Sousa ,maranhense que chegou a diretor da IMBEL (Indústria Bélica Nacional/Fábrica Nacional de Armas Bélicas); irmã da Professora Edna, casada com o Coronel Trindade, que chegou a ser Comandante da 10a Região Militar de Pernambuco; irmã da Senhora Elisa Sousa, esposa do Dentista Dr. Josias Cunha, morador da Rua da Paz; irmã do Dr. Raimundo Nonato Coelho de Sousa, que chegou a ser Diretor do Banco Central e, aposentado, diretor do Banco Comércio e Indústria do Estado de São Paulo.

Finalmente, esposa do Contador Oldemar Jesus Lemos Bastos, o Bastinho, um dos primeiros Gerentes da Pedro Machado, compradora de côco babaçu, muito famosa, por ser vendedora de carros chevrolet e outras marcas no Piauí, também, nos primórdios dos tempos de metrópole de São Luis, sem contar que é Sogra do Homem que não Engana, eu.

Pois bem, no ano de 2008, sabedora da implantação do Plano de Classificação de Cargos e Salários para o Magistério no Município de São Luís, e depois de conversar com a Secretária Filomena Saads e todos da Secretaria, resolveu dar entrada no pedido de reclassificação de cargo/função onde passaria a ganhar, não os 900 e poucos reais que recebia mas 2 mil e poucos reais pois estaria enquadrada como Diretora de Escola e não somente como Professora.

Processo 604, órgão 100, data de 04 de julho de 2008, no IPAM (Instituto de Previdência e Assistência do Município) com toda a documentação, inclusive ato de nomeação de 1940 (acho), diário oficial e decreto de aposentadoria, contra-cheque, citação da lei de enquadramento, preenchimento do formulário padrão etc...

Em 2009 procurei para o Abreu, diretor do IPAM, como estava o processo, ele me disse ter mandado para a Secretaria de Educação do Município. Perguntei para quê, ele me respondeu que era o sistema. Falei com o Moacyr Feitosa e ele me garantiu que iria mandar andar o processo. Esqueci o assunto.

Agora, hoje, dia 25 de março de 2010, aniversário de Walmir Peixoto Junior – presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais de São Luis e presidente da Associação dos Auditores Fiscais de São Luis, presidente da Federação de Ciclismo do Maranhão e candidato a Senador pelo PSL – sobrinho de D. Maria Bastos, me lembrei do processo. Lembrei-me que a imprensa noticiou a saída do Moacyr da Secretaria para se candidatar a Deputado Federal pelo PDT. Juntei os dois fatos, fui lá, na Rua 7 de Setembro, debaixo de chuva.

Direto na recepção, o Secretário não estava, a Adjunta Professora Myriam Magdala, também não. Remeteram-se para a Assessoria Jurídica, duas salinhas menores que o meu Escritório onde se amontoam duas recepcionistas, alguns computadores, uma divisória, um advogado, uma senhora, dois digitadores/operadores de computador. E um infecto cartaz de “repartições vagabundas” com aquele aviso “constitui desacato...etc”.

Um parêntese, veja artigo neste blog sobre o assunto, não me lembro qual o título, mas há um artigo para os funcionários irresponsáveis, mal treinados, incompetentes e para chefes imbecis que deixam pregar este tipo de aviso. Deveriam era ler o Código de Ética do Servidor Público, a Lei que disciplina a Administração Pública, o Estatuto do Funcionário Público Federal e Municipal, Lei de Improbidade Administrativa, Constituição Federal no artigo referente à Administração Pública (começa no 37) enfim...

Voltemos ao assunto. Esperei alguns minutos e o cidadão veio me comunicar que o processo de D. Maria chegara no dia 23 de março de ..... 2009. E estava nas mãos do Dr. Blossom ou algo similar. Perguntei se poderia falar com ele, disseram-me que sim. Falei, me atendeu bem, e me disse o que eu já sabia. Iria devolver o processo ao IPAM pois nada havia a ser feito, pois o processo estava documentado e os aposentados são de competência do IPAM. Muito justo.

Um ano, 365 dias e mais alguns, parado, na Secretaria de Educação do Moacyr Feitosa do Prefeito João Castelo, amigo da família e que pedi votos na campanha, torci, fiz doações, financiei ..... enquanto a minha sogra passa dificuldades financeiras – mentira, tem reservas – para comprar seus remédios etc... Tem reservas pois vendeu a casa da Praça da Alegria e colocou na poupança, mas necessita da revisão, de salário compatível com o tempo de Diretora, bem como da diferença salarial de julho de 2008 até a presente data.

Reclamar?

Chorar?

Chantagiar?

Esculhambar?

Lamentar.... é lamentar que o serviço público esteja nesta situação, dói quando se faz parte do sistema municipal, quanto se é formado em Administração, foi Professor e sabe de todas as dificuldades, se sabe como fazer, se sabe como agilizar e é obrigado a ficar calado, aguardando bom tempo.

Espero que minha Sogra, que tem 92 anos, não morra ainda para receber o que tem direito.

Nas próximas eleições, se estiver viva, por certo não votará mais em determinados candidatos a Vereadores, Prefeito, Deputados, Governador, Senadores e Presidente da República. Vai se vingar, tenho certeza.

Boa sorte na campanha para Deputado, meu cargo amigo e conterrâneo (fui registrado no Piauí, apesar de ter nascido em Flores/Timon) Professor Raimundo Moacyr Feitosa.

Um comentário:

Lídia Rodrigues disse...
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