quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ENQUANTO A CIRROSE NÃO VEM



Cinéfilo, vou buscar inspiração para o título no negro Sidney Poitier, quando fez o “adivinhe quem vem para o jantar” com Spencer Tracy e Katharine Hepburn e no meu estado de saúde e orgânico para fazer o presente relato.

Acabei de retornar do bairro Renascença, do prédio do Conselho Regional de Medicina do Maranhão, onde aconteceu uma solenidade conjunta. Não me disseram que era conjunta, fui como regra três, para compor, se fosse o caso, a mesa como representante do ex-imortal (existe isso?) Francisco Viana que renunciou á cadeira número 11 da Academia Maranhense de Medicina.

Como minha mulher faz parte da Diretoria, eu tinha que acompanhar de qualquer jeito, fui. Salvo de ir à mesa pois o Manoel Neto (Manelzinho na intimidade), filho do dito cujo ex imortal, o representou muito bem.

Iniciado os trabalhos, como sempre com o Hino Nacional Brasileiro, desta feita tocado mecanicamente e sem acompanhamento vocal dos presentes, só uns poucos, tivemos a palavra do imortal José Manoel Bastos. Antes, devo esclarecer e informar a composição da Mesa: estavam o presidente do CRM e, também imortal, Abdon Murad; o presidente da AMM, Rui Palhano; o presidente da OAB/MA, Caldas Góes; a secretária de estado do governo do Maranhão para assuntos da Mulher, Catarina Bacelar; o secretário municipal de saúde, Gutemberg Araújo; o representante do ex imortal Francisco Viana, Manoel Viana Neto; a secretária geral da AMM, Lucia Fernanda Viana; e a neta do imortal morto Expedito Bacelar, Andrea.

O imortal José Manoel Bastos, integrante do sistema hospitalar de propriedade do imortal morto Expedito Bacelar, o homenageou, chorou, se emocionou. E de tanta emoção, não se dirigiu, como manda a etiqueta, a todos da Mesa. Logo em seguida discursou o imortal Abdon Murad saudando o novo imortal Albuquerque Neto, também esqueceu – ou não quis – se dirigir aos membros da Mesa; aí veio o discurso da neta do imortal Expedito Bacelar, com direito a emoção e choro. Gostei da emoção, gostei das fotos na parede, parecia uma família unida e amorosa com o meu amigo Expedito, a tampa da chaleira Lourival Bogéa. Falar nisso, não vi ou deixei de ver o Lourival Filho.

Veio então a fala do novo imortal Albuquerque, bem feita para um médico, citando inclusive o meu amigo José Pinheiro Gomes Tribuzzi, mas sem a entonação poética. Valeu. Por último, fez uso da palavra o amigão de todos os tempos e horas, Rui Palhano que é casado com a Rita, irmã do velho amigo Bacela (JJ) e da família Bacelar.

Contei, de Imortais, o Cabeleira (pensei, até hoje que o Dr. Luis tivesse o nome de Expedito Filho, me enganei, desculpe) que é filho do Expedito Bacelar, José Márcio Leite, Abdon Murad, José Manoel Bastos, Vespasiano Ramos, Getulio Albuquerque, Lucia Fernanda, Socorro Souza, Desterro, Jayro Guimarães com sua simpatia, Bentivi, Rui Palhano com sua eterna energia, Aymoré com a tradicional postura, Antonio Nilo, o eterno presidente, Aldy Penha que me cumprimentou pela memória e não pelo artigo de posse, Braga Diniz, com sua eterna distinção, Luciane Brito e o novo Albuquerque Neto, além de Jayron Guimarães e do colega de Juventus Francisco Cunha. Tinha mais gente que a posse de Aldy Penha, talvez pela junção das dois solenidades ou pela maior aceitação do novo imortal ou pela rejeição do imortal anterior, não sei.

O novo imortal, também, não se dirigiu cerimonialmente falando à Mesa, como devia. Deixe-me explicar: a gente se dirige a todos da Mesa, individualmente, Excelentíssimo Senhor Doutor Presidente do Conselho Regional de Medicina no Maranhão, igual para todos dizendo o órgão que estão ali, salvo na condição de Representantes, excetuando-se os Representantes dos Homenageados que, quase sempre, são falecidos. Aí a gente cita o representante: excelentíssimo senhor doutor Manoel Bernardino Lopes de Sousa Viana Neto, representante do meu antecessor Imortal Francisco Viana... é assim!

Fora isso, tudo bem, parecia aquelas Missas Católicas Coletivas que tem gente rindo de um lado, chorando do outro, gritando do outro, em silêncio do outro, uma verdadeira zorra. Por mim, teria sido uma solenidade para homenagear o Doutor Expedido Bacelar, pela sua trajetória, silenciar em homenagem ao seu falecimento, realçar sua vida pelo aniversário hoje e, depois, de uma música fúnebre, triste ou representativa, iniciaria outra, com o Hino Nacional. Daria oportunidade para aqueles que, de fato, estavam triste, deixassem o ambiente em paz.

Mas, no hall, com uísque (contado e regrado) e bastante salgadinhos (na verdade comida japonesa) havia um bafafá, além de música alegre para homenagear a posse do Doutor Albuquerque. Pode? Pode.

Aliás, falando em alegria, havia uma lourinha com saia curta (qual é o nome, celular, Orkut, e-mail?) que me lembrou os meus anos de rapaz.... chega! Voltemos à solenidade conjunta e às coisas sérias.

Vi alguns conhecidos e amigos, como a Heloísa Bacelar, filha de Expedito, que trabalhamos juntos em 1986 a 1991, continua bonita; vi o Hélio de Maria Antonio do São Domingos, cada dia mais jovem e simpático; o JJ Bacelar, o Bacela, sobrinho de Expedito, a quem gosto; o Baltazar do BEM; a Rita de Rui por quem me rôo, com todo respeito; Rômulo Barbosa, Jornalista do sistema mirante e agora Advogado; Quem mais? Ah... os cearenses da carne de sol do São Francisco ou hoje o Maracangalha (deve ser assim a grafia).

Tirando os defeitos, foi perfeita. Espero que o Luis, do Centro Médico, que sempre me atendeu bem, furou fila, deu desconto – estou quase chorando e de joelhos – não tenha ficado zangado pelo fato de o haver chamado de Expedito. Eu tinha amizade com o Expedito, com o Lourival e não com os filhos, desculpe.

No mais, esta foi a solenidade de posse do imortal Albuquerque Neto.

Esta foi a solenidade que homenageou o Expedito Bacelar pelo seu aniversário hoje e em respeito à sua morte.

Rio por um.

Choro por outro.

E a vida continua!

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