terça-feira, 13 de outubro de 2009

ALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO



Filme com Sigourney Weaver feito em 1979 e visto nos anos 80, em Recife. Dormi o tempo todo, cansado, é gozação até hoje na família. E foi pensando no filme que estive hoje, dia 13 de outubro de 2009, em um Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo da Capital do Maranhão, para um Audiência de um Cidadão que quer ser indenizado por ter ficado preso em um elevador, em seu edifício, por mais de 30 (trinta) minutos. O Cidadão teve AVC, é cardiopata, tem todo tipo de doença, está na fila para ir para o andar de cima, como todos nós. E tem mais de 65 anos.

A Audiência, de Instrução e Julgamento, estava prevista para as 10:30 horas. Cheguei às 10 horas. Procurei estacionamento e entrei no imóvel que serve como Juizado. Na entrada, proibindo o livre acesso de pedestre, um Cross Fox ou similar, com a frente dentro da garagem e o fundo para fora. Achei natural pois o Juiz tem problemas de locomoção, mas achei muito esportivo para ser do Magistrado.

Depois de 1 (uma) hora de espera, na sala de Audiência por condescendência do Juiz, perguntei onde era o banheiro. Subi um lance de escadas e encontrei um banheiro único, serve para mulheres e homens normais, não serve para cadeirantes ou deficientes pois tem a escada que falei, a porta é muito estreita e não há espaço para cadeiras.

Falar nisso, há uma rampa de acesso ao Juizado que cabe uma cadeira de rodas, serve para facilitar o acesso de idosos. O meu caso e do meu cliente.

Com sede, perguntei onde podia beber.... ah, antes disso, não havia toalhas ou guardanapos para se enxugar as mãos, mesmo em uma época de gripe suína.... disseram que não tinha copos de papel, descartável, mas que havia um copo de vidro à disposição dos “clientes”.

Volto para a sala. O Juiz resolve vestir a toga, gostei, estava de camisa de mangas compridas e gravata. Na mesma sala entrava e saía gente, mormente uma servente da servisan com sucos, bolinhos e agrados ao Magistrado. Sempre deixava a porta aberta. Explico, apesar do ambiente ser refrigerado, um pouco quente para meu gosto, há uma porta de vidro, de correr, ou seja, é preciso abrir e fechar cada vez que você entra.

Ninguém respeitou. Em uma dessas chegou o dono do Juizado, o secretário, que os colegas dizem mandar mais que o Juiz. Abriu a porta, deixou aberta, de mangas de camisas suspensas (mas de gravata), falou com o Juiz e foi embora, sem fechar. Além da refrigeração ir embora, desconcentra o Juiz e a televisão ligada, no outro ambiente, interfere no ambiente do Juiz. Mas, quem manda é o secretário, dizem todos.

Anotando tudo mentalmente, eis que me chega uma Rita Cadilac mais nova e menos exuberante. Uma loura de cabelos oxigenados, cinto de 30 centímetros de imitação de couro, relógio dourado da 25 de março por cima da vestimenta preta. Parecia um manequim, abriu a porta, deixou aberta, interrompeu a Audiência, pegou a assinatura do Juiz e foi embora, deixando a porta aberta e alguns marmanjos de boca aberta. Pareceu ser uma Conciliadora (de conflitos judiciais, juiz leigo dos juizados especiais).

Fiquei pasmo. Lembrei dos tempos da Rita Bahiana que trazia louras altas de Belém do Pará, sem querer ofender, apenas comparando.

Como se escolhe as conciliadores dos Juizados? Antigamente era por competência, lembro de Dra. Ana Cacique, no Juizado do Trânsito, só para citar uma escolha. Competente, séria, compenetrada, sabe se vestir de acordo com o conceito que se tem de Justiça e de Juízes.

O Juiz, também, em dado momento, resolveu atender o celular, aliás todo mundo usa e abusa do celular na sala de audiência. Falou alguma coisa, confirmou a presença e desligou. Ah... estou cheio de ais, lembrei que um advogado chegou para a Audiência, sem gravata, como se fosse a coisa mais natural.

Por volta das 12: 25 horas, quase duas horas depois, 120 minutos de espera, sem água para beber, doente (os dois, Constituinte e Advogado), fomos chamados para a Audiência. Um absurdo, AUDIENCIAS com atraso de duas horas, é não ter respeito por si, pelos Advogados, pelo Povo, pela Justiça.

Na audiência, em virtude de umas preliminares protelatórias que não modificariam o convencimento do Juiz, nem o meu, o Magistrado marcou para outra data. Tudo bem, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) diz que os processos de 2005 serão julgados ainda este ano, atraso só de quatro anos....o Tribunal de Justiça do Maranhão e os Juizados podem seguir o exemplo, demorar só quatro anos.

Para finalizar, o Juiz determinou em um rasgo de bondade e companheirismo, a meu pedido, que o processo fosse a mim entregue. Uma de suas assistentes foi comigo até à sala do secretário e este resolveu pegar o processo – que a assistente reproduziu a ordem – e analisar. Foi perguntar o meu nome, se era Advogado, se era Advogado da parte.. .etc.. não o mandei tomar no cú, pois estaria ofendendo meus amigos homossexuais, mas disse ao meu Constituinte que recebesse na mão do dono do juizado o processo.

Comprovei que quem manda neste Juizado especial é o secretário, está acima do Juiz. Coloco-me à disposição para depor.

Juro que me deu um breu, saí de lá chateado, pedindo a Deus para iluminar o Cutrim e Jamilzinho para escolherem melhor os imóveis dos Juizados, escolherem com profissionalismo os conciliadores, fazerem concurso ou escolher gente normal, não complexada, não corrupta, para os cargos de secretários judiciais e darem treinamento operacional aos funcionários dos Tribunais e Juizados.

A gente precisa elogiar os Magistrados, coitados, trancados em salas, concentrados nas leis, tentando fazer justiça, são, desprestigiados, trabalham em condições adversas, salas sem pinturas, sem cortinas, com ar condicionado precário, com mesas e cadeiras quebradas.

Só dando uma auréola como recompensa à estes Juízes.

E para encerrar, não havia um cartão corporativo para gastos emergenciais? O Juizado que fui está um lixo, ou estão roubando o dinheiro, ou o Juiz não tempo de gastar, ou o Secretário desvia ou é omisso, ou acabaram com o cartão corporativo. Ou não se pode usar para pintar, consertar, comprar um ar novo, uma mesa nova, uma cadeira nova? Quando não se compra, se manda fazer serviços, há hoje empresas que montam o ambiente todo como serviços, sem precisar de tombamento.

Meu caro Alien, digo, meu caro doutor, está na hora de trocar de secretário e reorganizar o Juizado.

Pedi para o Juiz acessar o meu blog, será que acessou? Comente. Um abraço. Até a próxima, se houver.

8 comentários:

Anônimo disse...

Carissimo dr. Não há muito o que se dizer. Estou totalmente sem palavras. Nós somos homens do direito e não de um butiquim qualquer, ainda mais o senhor, um homem de 60 anos. Chega me a doer ao vê-lo descontar toda a sua raiva em profissionais tão competentes como nosso ilustissímo magistrado e a conciliadora drª Jussara Guimarães que vestiu a camisa daquele juizado, fazendo vários acordos na tentativa de dar celeridade processual aos "nossos processos", muitas vezes os dois trabalhando até aos sábados até altas horas em audiências, ao invés de descontar, ou melhor, reclamar a quem deveria ir a sua crítica tão maldosa "diga-se de passagem", pois o senhor um homem tão estudado e entendedor do direito não poderia sair por aí chamando um juíz simplemente de nada e sua conciliadora e assessora de "garota de programa", ao menos foi o que deu a entender, pois "meias palavras basta". Isso por se vestir com um tubinho preto e elegante como toda advogada deveria usar. Pois peço-lhe desculpas por deixar aqui minha sugestão para um homem tão sério: Sua raiva deveria ser feita aos que comandam o TJ, pois os servidores assim como nós trabalham todos os dias em busca de melhorias. Tenho certeza que a toga preta do magistrado é quente e mesmo assim ele à usa para manter os padrões da ´tica profissonal mesmo na quintura a qual os senhor se referiu e o tubinho preto da conciliadora/assessora é sem dúvida melhor do que um shortinho curto ou uma mini-saia que com certeza a deixaria com menos calor. A elegância e a ética destes dois profissionais é realmente indiscutível, portanto, realmente não entendi o que tem haver a vestimenta elegante e que toda advogada deveria usar da conciliadora/assessora e a toga do magistrado com sua raíva da má estrutura dos juizados...

Anônimo disse...

Querido e ilustrissímo colega Dr Manoel Viana. Ñ quero me identificar por ser um dos seus colegas que mais o admiram. Mais apesar de lhe admirar muito, ñ concordo com caro colega que postou o comentário. O sr um homem do dt deveria saber que ñ se pode ficar por aí colocando em cheque a dignidade e honestidade das pessoas. Ainda mais de duas pessoas tão competentes como do nosso nobre magist e da conciliad. drª Jussara. Conheço bem o Dr. Aureliano por freguentar muito o 8 e posso lhe dizer que é um dos juizes mais sérios desta capital. Quanto a conciliadora que tb é assessora não posso falar de sua vida pessoal uma vez que não há conheço fora do juizado, percebi apenas que deve ser casada, pois possui uma enorme aliança em sua mão esquerda e é muito elogiada constantimente por todos os meus colegas e conhecidos de profissão. Pois sempre trata a todos com muito respeito e atenção, além de ser vista por todos os nobres colegas adv. como a melhor conciladora e assessora hoje nos jerc da capital, uma vez que leva muito a sério seu trabalho. Posso dizer que lhe admiro há muitos anos, mais realmente não concordo com suas declarações maldosas. Já fiz algumas audiências com a drª conciliadora e posso lhe garantir que é uma profissional brilhante. Pois não saimos de lá (as partes), sem que chegassímos a um acordo. E sem dúvida posso lhe garantir que em todos o mérito foi dela. Tenho certeza que o nobre colega ainda não participou de nenhuma audiência com a colega, caso contrário pensaria inúmeras vezes antes de menciona-la neste desabafo como o fez. Quanto a sua vestimenta todos ao contrário do sr fazem grandes elogios. Pois apesar do calor, a nobre colega sempre está bem vestida, de forma elegante e natural, talvez por isso deixe assim como o senhor falou "muitos marmanjos de boca aberta". E talvez por isso tenha chamado e despertado tanto o seu interesse, tanto que à mencionou em suas criticas que diga se de passagem tem seus pontos verdadeiros quanto a estrutura do juizado, mais quanto a jogar sua raíva, ira sei lá o que mais em cima do magistrado e sua conciliadora, posso afirmar que apesar de admira-lo muito, o senhor passou e muito da conta. No dia 13 eu também estive no 8 juizado e fiz 3 audiências, 2 de conciliação e 1 de instrução. Confesso que não vi nada que fugisse do normal. Realmente estava sem copos e mesmo assim nos arrumaram um deles de vidro como o sr bem mencionou para que pudessimos tomar água. Quanto as audiências o atraso foi normal. Na conciliação a drª conciliadora conseguiu depois de muitas insistência com as partes, inclusive "eu" fechar os acordos que muitos conciliadores não levam a sério, e ela manteve-se totalmente calma e gentil com todos, tanto que ao final da audiência foi elogiada por uma colega advogada que veio de São Paulo para advogar aqui em são luis por sua performasse diante de tamanha paciência e trânquilidade até que enfim chegassimos a um acordo. E pela advogada tb foi elogiada não só pela sua competência, mais também pela sua forma de se vestir aqui no Maranhão e pela sua própria beleza que realmente chama a atenção de todos que por lá passam, sejam adv.ou partes. Quanto ao secretário tem suas falhas e realmente todos reclamam dele... continuo o comentário a seguir...

Anônimo disse...

Sim carissímo e nobre colega, quanto ao secretário, tem suas falhas, mais quanto a dizer que ele é "ladrão", acho que pega muito ruím um advogado que entende de leis sair por aí acusando as pessoas sem provas concretas. Por isso caro colega apesar de muito admiração que tenho por vs pessoa, assim como o colega que escreveu o comentário que está na sua pagina, acredito que o sr no momento de raíva não percebeu que estava atingindo as pessoas erradas. Deveria sim, reclmar do TJ que não ajuda seus servidores e muito menos nós "os advogados", os maiores interessados no andamento de nossos processos. Portanto, reforço meus votos de admiração, mais da próxima vez faça uma reflexão antes de sair por aí expondo as pessoas das quais o nobre colega ainda precisará muito. Ao contrário, tente fazer como eu, ou seja, tente passar em um concurso público para juiz, promotor, defensor público mais uma vez. Eu assim como o sr já tentei inúmeras vezes, e venho tentando a bastante tempo e não pretendo parar até passar para magistratura. Mais nem por isso, saio descontando minha raíva em pessoas assim como nós. " homens e mulheres do direito". Obrigado pela tenção. Tenho certeza que o sr já deve ter refletido sobre as graves acusações as quais fez. Reforço meis votos de admiração

Emanoel Viana disse...

Tenho a maior consideração e apreço pelo Exmo. Dr. Aureliano, Juiz Presidente do oitavo Juizado Especial de São Luis do Maranhão.

Cabe retificações o artigo publicado?
Cabe explicações.
Sob a emoção, as pessoas leem como querem.

É fato: o imóvel que funciona o oitavo Juizado é impróprio para deficientes físicos ou pessoas idosas;

É fato: no dia da Audiência faltava copos descartáveis e toalhas no banheiro;

É fato: a porta de vidro de correr, no gabinete do Juiz, ou sala da audiência, fica aberta com os não cuidados de quem entra ou sai;

É fato: a Audiência marcada para 10:30 horas, começou às 12: 20 horas;

É fato: duas vezes que estive no imóvel do oitavo Juizado há um carro estacionado na calçada, impedindo a passagem de pedestres e até a entrada ao imóvel por pessoas idosas, tendo que usar a rampa;

É fato: a sala de Audiências está necessitando de reparos, tinta, cortina e aparelho de ar condicionado novo, além dos móveis que estão quebrados, como cadeiras e o lay out não favorece ao Magistrado;

É fato: o Secretário Judicial entrou na sala de Audiências com manga de camisa levantada, sem paletó e deixou a porta aberta;

É fato: obstaculou a entrega do processo autorizado pelo Magistrado;

É opinião: a pessoa que me referi, agora sabendo ser, de fato, uma conciliadora, se veste de maneira diferente dos meus padrões e dos padrões que, normalmente, se vê nos outros Juizados;

Não tive intenção de ofender ninguém, quando tenho alguma coisa a dizer, digo, respondo pelos meus atos, na Justiça ou fora dela.
O artigo mostrou a minha visão em um Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo, na capital do Maranhão.
Peço aos ofendidos, anônimos, que voltem a ler o artigo, e procurem um pouco mais embaixo, outros artigos, feitos sobre a JUSTIÇA MARANHENSE e BRASILEIRA. IMBECIS DA TOGA, JUIZADOS ESPECIAIS DE SÃO LUIS, UMA ESCULHAMBAÇÃO JUDICIÁRIA, JUSTIÇA FEDERAL EM SÃO LUIS DO MARANHÃO, E SERVIÇO PÚBLICO ALGUNS ASPECTOS.

Depois de lerem, podem ter a humildade de reconhecerem os erros a acidez das críticas ao artigo, o julgamento errado quanto a respeitabilidade da conciliadora em lide, e me pedirem desculpas.

LEAM E VOLTEM A COMENTAR, enquanto isso, vamos ajudar a Justiça.

Somente hoje pude comentar os comentários pois o meu computador pessoal foi levado para um empresa chamada QUARUP para aumentar a memória e eles DANIFICARAM. Devem consertar (se tiverem competencia) na terça, razão da demora em ler os comentários.

Anônimo disse...

Sr. Emanoel,estou indignado com o que acabei de ler. Você foi muito injusto com a funcionária do juizado, a qual chamou de "loira oxigenada", ela não merecia ser criticada daquela maneira. A sra Jussara é uma funcionária muito eficiente, trata a todos, não só os advogados que a procuram, mas também as pessoas que possuem processo no juizado, com a maior presteza e dedicação, levando ao conhecimento do MM. Juiz, seus problemas e sempre procurando solucioná-los da melhor forma possível. Até entendo sua raiva e concordo com muitas coisas que disse, quanto è precariedade do juizado, etc. O prédio, nota-se que não reúne condições favoráveis para um bom funcionamento, podemos facilmente observar as péssimas condições em que se encontra, colocando em risco a nossa saúde, já que somos obrigados a utilizá-lo constantemente. Realmente o banheiro único para funcionários e usuários é precário, não existem copos descartáveis e às vezes nem água. O prédio realmente encontra-se em péssimo estado, com paredes rachadas, reboco sem pinturas, cheiro de mofo e baratas andando pelos corredores. Não sei como os funcionários conseguem trabalhar naquele local. Quanto ao Juiz, Dr. Aureliano, é uma pessoa altamente comprometida com o seu trabalho. Bom seria se o Judiciário tivesse pelo menos a metade dos juízes com sua competência e honestidade. O mesmo não poderia dizer quanto ao "dono do juizado", aquele que emperra e trava o andamento dos processos. A quem devemos recorrer para expulsá-lo? ao TJ ou CNJ? Esse sim, é o 8º passageiro.

Anônimo disse...

Concordo em número, gênero e grau com o último comentário. O problema não está na pessoa da Conciliadora ou do Juiz, já que são muito comprometidos com a prestação do serviço aos jurisdicionados. Quanto ao secretário, esse é o legítimo alien, o oitavo passageiro que atravanca o que pode!!!

Anônimo disse...

Acho que a sua crítica foi muita válida, para que o TJ tome providências na hora de escolher uma pessoa digna de administrar os locais de sua competência. Pois, o Secretário que foi escolhido para este, o qual o Sr. se refere, não é só uma pessoa fria sem menor interresse em dar andamento aos processos, como também é, um péssimo administrador. Nota-se ao chegar no prédio onde sedia o Juizado, que não passa de um labirinto, cheio de quartos, ou salas. Agora, quanto ao Magistrado, Sr. Aureliano e a Sra Jussara, posso afirmá-lo, que são pessoas extremamentes competentes e compremetidas com o seu trabalho.

Anônimo disse...

Só uma ressalva quanto a Conciliadora Jussara, ela não é assessora do Juiz como muitos pensam, ela é estagiária de Direito da Faculdade São Luis e ainda não é estágio remunerado. Portanto, o que faz é por que gosta e por dedicação a justiça