Não teve essa besteira de ter sido abusado, fui porque quis embora não soubesse o que era sexo, mas gostava de olhar a magrinha moradora de frente de minha casa, talvez com complexo de Édipo pois guardadas as proporções, a Pirrita era igualzinha minha Mãe.
Magra (minha Mãe era mais cheia), seios pequenos, quadris largos, elegante, trabalhadora, se vestia como espartana, com vestidos de chita ou algodão, uma Gabriela de Timon.
Já escrevi sobre isso aqui, se alguém estiver interessado, que consulte as minhas postagens. Pois bem, aquela figura, aquele tipo de mulher que tirou minha virgindade e me educou para o sexo, talvez machista pois não me ensinou a fazer sexo oral com mulher, mas fez comigo. De várias formas e tipos, aprendi.
Passei a ser estereotipado, passei a ter um padrão, um complexo, passei a ser diferente, não consigo deixar de gostar de mulheres magras, cabelos longos, bonito sorriso, seios pequenos, quadris largos, elegante ou que saibam andar em um sapato alto sem mancar. O tempo passou e as coisas continuaram assim, com algumas variações.
Hoje eu vejo as mulheres que me marcaram, infelizmente não posso dizer os nomes, mas são assim ou foram assim, todos com mais ou menos este perfil anatômico. Da adolescência à velhice.
Agora, caduco, me deparo com novas Pirritas e gosto.
Uma conseguiu fazer uma tatuagem onde eu sugeri e, apesar de irresponsável, tratante até, mal agradecida, gosto dela e acho que tem um bom futuro pela frente como Enfermeira, desde que não fique reprovada e seja cortada do FIES na Faculdade Pitágoras.
Outra, esta é mais delicada o caso.
Conheci a Tia primeira, depois a Mãe e. nesse interim, a Menina ... vi, pela primeira vez, em um vestido de algodão ou chita ou algo assim, cabelos compridos,pés descalços, varrendo o atelier de sua Mãe. Risonha, trabalhadora, sem frescuras, fraternal com a Família. Mais tarde, no Fórum, quando de pensão alimentícia em que o Marido da Mãe se recusava a pagar pensão. Manteve alguns percentual na base da chantagem emocional que estava estudando, os filhos, três ou dois, não me lembro. Sei que a Menina estudava na Escola Técnica.
O Pai, um imbecil, disse, em bom tom, que a filha, a Menina, não era sua filha. Filho da Puta.
O tempo passou, passou, passou e outro dia, em virtude de problemas de Família, recebo a visita virtual da Menina. Combinamos encontro com a Mãe e o Noivo, além dela para discutimos o assunto.
Fiquei, antes de ir, imaginando coisas.
Como bom espécime macho, fiquei imaginando que a visita seria só entre nós, talvez ela tivesse chegado a maturidade, visto que eu a considerava muito e quisesse ir para a cama comigo. Meu sentimento original era uma mulher, magra, simpática, altamente fotogênica e que necessitava de gente experiente para completar sua educação sexual.
Mero engano, já está diplomada nisso, o noivo, que nos acompanhou, demonstrou isso com certas insinuações. Tudo bem.
Há dentro de mim, duas correntes, Uma de homem que gosta de sexo, não dispensa, não recusa, acho mais natural que um café da manhã com cuscuz. Terminou, pronto, sem cobranças, sem frescuras, sem ciúmes, apenas o prazer do momento que pode se repetir ou não.
Pois bem, durante a conversa nasce em mim, o outro sentimento, de familia, fraternal, no caso paternal. Vi a Menina como se fosse minha filha, a Fernanda. Triste com a Vida, incompleta sentimentalmente, mas alegre com a Família e realizada com o noivo, pelo menos aparentou.
Aí veio a vontade de tomá-la nos braços e ninar, como se faz com criancinhas, como um Pai faz com a filha pequena.
Da conversa veio a idéia de fazer a retirada do nome do filho da puta do Pai e colocar outro. Começamos um processo neste sentido. Tudo rosa, tudo azul.
Passamos a conversar por mensagens, quase todo dia, toda hora que me dava saudades. Estava já chato pois o amor é grande. Muito grande o amor pela Menina, de Pai que encontra filha depois de muitos e muitos anos.
Não sei se pela preocupação de ser agradável, brinquei, na conversa, dizendo que poderia pagar a passagem da Mãe para ir visitá-la, atualmente mora em outro Estado.
Aí, veio a primeira divergência. Ela disse que gostava de mim como Pai, sentimentalmente, me escolheu como Pai e aceitaria ser perfilhada, sem nenhuma intenção, não era porque eu tinha recursos e nem foi por isso.
Ducha de água fria em mim. Aí vi que estava sendo egoísta, será que a minha intenção não seria trazer ela para perto de mim, ficar com ela? E os sentimentos dela? E o meio social dela?
E se, de repente, nosso Amor se transformasse em relacionamento de homem e mulher? Será que continuaríamos a ter o mesmo Amor? Será que haveria compreensão e continuaríamos iguais?
Pelo sim, pelo não, esfriei.
Estou a refletir sobre tudo. Acho que a mudança de nome deve ser feita. Já existe Lei autorizando inclusive nome social, diferente do nome de batismo para casos de homossexualidade e outros.
Quanto a retirada do nome do filho da puta, orientei a Mãe a procurar o mesmo para, por Escriura, negar a paternidade. Ou, por outro, a Mãe ir ao Cartório e negar a Paternidade.
Quando a Filiação, acho que devemos pensar. Problemas com minha Família que será dificil convencer, mas acho que será possivel. Por outro lado, a perfilhação dá direito a herança, coisa que a Menina abomina, pelos menos em tese.
Também, há o problema de afetividade ... gosto da Menina como Filha somente? Gosta da Menina como Filha e Mulher? Gosto da Menina como mulher somente?
Na dúvida, sem a certeza completa, sem citar nomes e sem compartilhar na rede social, escrevo para não explodir.
Talvez, aqui lendo, ela compreenda.
É dificil para quem alguma coisa, olhar pessoas que não tem passar dificuldades. Um dono de padaria olhar sua filha comendo pão duro ou comprando pão à prestações,com moedinhas.... é preciso que haja compreensão, respeitar a oferta... também respeitar a recusa.
Enfim, te amo Menina! Saiba que entre Mulher para sexo e Filha para a vida toda, fico com a última...
Ou?
Ou?
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