Difícil
é não colocar os sentimentos no fato, mas vamos lá. Um jornal da Cidade de São
Luís traz, no dia de hoje, 11 de maio de 2016, em sua página 11, um Comunicado
do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, sem timbre oficial ou assinatura,
tornando público que requereu junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a
licença prévia para a construção de um estacionamento que servirá de apoio ao
Fórum Des. Sarney Costa, localizado na Av. Carlos Cunha, Calhau, e, entre
aspas, em frente ao fórum.
A análise da notícia.
São Luís tem mais de 1 milhão
de habitantes, mais de 490 bairros, não há ligação entre bairros em termos de
trânsito ou transportes, a cidade é desnucleada ou cheia de núcleos que não se
interligam, o acesso à Avenida Carlos Cunha no Calhau só se dá pela ponte da
Camboa, oficialmente Bandeira Tribuzzi, ou pela avenida Jerônimo de Albuquerque
que não tem paralelas, ou avenida dos holandeses que não tem paralelas, ou
seja, há sempre um enorme congestionamento de veículos para acesso ao Fórum
Desembargador Sarney Costa.
Alguém, inteligente, do Poder
Judiciário Estadual Maranhense, em tempos idos, resolveu fazer um pequeno edifício no
Calhau, como forma de descentralizar as atividades forenses. Criou-se o fórum
desembargador Sarney Costa que abrigava as Varas, os Juízes.
Com a procura dos serviços, a
criação de novas varas, havia necessidade de ampliar as instalações ou
descentralizar os serviços.
Centraliza-se por princípio,
descentraliza-se por necessidade.
Aí, começa o pesadelo, a
irresponsabilidade ou incompetência de chamados dirigentes do Poder Judiciário
Estadual no Maranhão. Magistrado é para operar no mundo do Direito, das Leis. O
sistema administrativo deve ser feito por profissionais do ramo, honestos,
competentes. Ao Magistrado cabe saber escolher, assessores competente e decidir
à luz das opções apresentados, tecnicamente.
Que acontece?
Alguém, sem muita experiência
e sem assessoramento técnico devido, resolve, e deve ter tido a aquiescência
dos seus pares, igualmente sem experiência administrativa e sem analisar
profundamente os efeitos da decisão e
que compunham o Tribunal de Justiça do Maranhão, fazer um Edifício ao
lado do pequeno Fórum.
Outros incompetentes ou
irresponsáveis ou inexperientes ou omissos ou coniventes como o Governador do Estado do Maranhão resolve ceder
espaço público. Seus assessores, o
ministério público estadual do meio ambiente, as secretarias de meio ambiente
estadual e municipal, além dos dirigentes do FEPA concordaram. Toda aquela área
depois da ponte Bandeira Tribuzi ou da Camboa, é pública, pertence ao Estado do
Maranhão, mormente ao IPEM, ou hoje, ao FEPA, Fundo Estadual para
Aposentadoria, fundo dos servidores do Estado.
Delapidando o patrimônio do
funcionário público, com a aquiescência e omissão de todos, o Estado, o Poder
Executivo cede espaço ao Poder Judiciário. As secretarias de meio ambiente do
Estado e do Município se omitem ou concordam com o estupro ambiental.
Aliás, já há muito
concordaram, com a Casa do Trabalhador, com o prédio do INSS (hoje Secretaria
de Saúde), com o prédio do Tribunal de Contas do Estado, com a Casa do
Trabalhador, com o Novo tempo, com a
CEASA, com o Cohafuma, com a OAB e com as invasões Dalcar, posto de gasolina, e
tantos outros. Cede espaço para quem devia fiscalizar, o chamado Ministério
Público que usa do espaço público, para construir, em área ambiental, em área
pública, seus prédios administrativos.
Estupro social, estupro
ambiental, estupro administrativo.
E ninguém diz nada.
Eu disse, digo e direi. Já
estou velho, cansado, sem tesão, careca, cheio de dívidas e doenças de dizer. E
repito.
Ao invés dos iluminados –
coloque a qualificação que achar necessário – edificarem um prédio, cheio de
irregularidades e mal projetado, deveriam
ter edificado um prédio na área Itaqui Bacanga, lado direito da Universidade,
na entrada do Anjo da Guarda. Um prédio,
projetado, sem desvios de verbas ou equipamentos, para ser utilizado como FÓRUM
CRIMINAL DE SÃO LUÍS. Ali ficariam todas as Varas Criminais, comuns e de
execução. O deslocamento da população carcerária ficaria menos incomoda e bem
mais fácil, menos onerosa, mais segura, do presídio de Pedrinhas ao Anjo da
Guarda.
Não fizeram. Podiam fazer.
Ainda está em tempo.
Na cidade operária, vila
olímpica, na avenida que liga o COHAPAM a estes bairros, do lado direito, ao
lado de um posto de gasolina, do lado esquerdo da UEMA, ou aqui mesmo, aqui de
chegar na UEMA, poderia e poderá ser edificado o FORUM DE FAMILIA DE SÃO LUIS
com a concentração de todas as Varas de Família, bem como Laboratório Forense,
Central de Expedições de Certidões, Núcleo de Orientação a Menores, Nucleo de
Amparo às Mulheres Violentadas ou Agredidas.
Prédio projetado,
sem desvios de verbas ou equipamentos, estacionamento amplo e acesso por
qualquer lugar. Sem congestionamentos. O povo vai aonde sabe que vai ser
atendido, e o Advogado tem obrigação de ir aonde for chamado.
Outro ponto para
descentralização seria um FORUM FAZENDÁRIO DE SÃO LUÍS, no Bairro Alemanha, o
prédio que era do Lusitana, hoje BB, poderia ser utilizado ou reformado para
tal. É centralizado, pode ter acesso por várias avenidas, incluindo a Avenida
Quatrocentenário.
Descentralizado dos
serviços, o atual prédio do Fórum do Calhau, ficaria somente com serviços
administrativos, Tribunal de Júri, Varas Cíveis, alguns Juizados Especiais,
Turma Recursal, Arquivo Central e durante 50 anos futuros não precisaria de
expandir. O atual estacionamento seria suficiente durante os próximos 20
anos. O trânsito para aquela região
diminuiria.
Feita a sugestão!
O que espero? Que o
Governo do Estado do Maranhão não tenha cometida a irresponsabilidade de cessão
de uso de área de preservação ambiental, como o Sítio Santa Eulália, para mais
uma agressão ao local para estacionamento.
Que os órgãos
ambientais, secretarias de meio ambiente do Estado do Maranhão e do Município
de São Luís não liberem nenhuma licença.
Que os dirigentes do
FEPA acordem e cobrem do Estado indenização pelos atos praticados e não
permitam mais este.
Que o Ministério
Público Estadual, ainda que conivente com a agressão ambiental e esse jeitinho
imoral, ilegal e nojento, possa colocar os eixos no trilho, antes tarde que
nunca.
Fica o registro, o
aviso. O tempo é, sempre, o senhor da razão. E a história não mente.
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