sábado, 19 de março de 2011

O ESPETÁCULO NÃO PODE PARAR....


Emanoel Viana (autor do BLOG) e sua esposa Lucia Fernanda


                                Tal como a Vida...

                              Tento me lembrar, a memória não ajuda, dos tempos de Timon. Quando aparecia um Circo, era uma festa. Tinha uma espécie de passeata, uma bandinha, palhaços pela rua anunciando “logo mais, às 19 horas, na praça da Matriz São José, o Circo, estará apresentando...”,  “preços populares”.... e os meninos de calção que acompanhavam, davam volume à passeata, recebiam uma cruz no pulso feita com tinta. Quando possível, me lembro que uma ou duas vezes, fugi ao cerco dos meus Pais e ganhei a cruz.

                              Difícil era sair de casa, mas havia sempre um vizinho prestativo e, nessa época, não havia a “febre” de proteção da infância e nem “pedofilia”. Pelo menos que eu me lembre.

                              Pois bem, alguns anos depois, lá vou eu, com minha mulher ao circo, um tal de Tihany (grafado assim, com agá e ypisolon). Compro as entradas para Idoso em um Camarote conforme a planta na bilheteria. À noite, por volta das 19:40 horas chego, de táxi, ao circo; sem filas, entro e um atendente me leva ao “camarote”; um chiqueirinho, um quadrado, com quatro cadeiras duras, cobertas de pano vermelho, número 3 e 4, do camarote número 11; ficamos presos, pois a cadeira 1 e 2, ocupadas por pessoas volumosas e o espaço muito pequeno.

                              De frente para o palco, só que o palco tem mais de 1 metro de altura do horizonte visual, a gente tinha que ficar olhando para cima; os camarotes de trás tem melhor visão.

                              Respeitável público..... não tem, aparece uma gravação em forma de terceira dimensão com o criador do circo e o espetáculo se inicia; malabaristas, danças, mulheres bonitas, maquiadas, com rosto de bonecas, todas magras, sem tatuagem, sem seios volumosos ou bundas grandes; escolhidas a dedo... (será?); os homens simpáticos, bonitas (para quem gosta), com roupa mais ousadas que as mulheres, mostrando o volume sexual (se não for meias).

                              O número de mágica impressiona: o desaparecimento de acompanhante, a transformação da francesa em homosexual masculino, o aparecimento de um avião. O mágico é bom de papo, consegue convencer e ainda faz propaganda de seus bolinhos de chocolate e doce de leite. Intervalo para que se faça a mágica de transformar o dinheiro do público em dinheiro do circo via alimentos.

                              Hora do xixi. Fila imensa, não há banheiros para cadeirantes ou para idosos, todos são iguais perante o mijo.

                              Volta-se: o número com as Asiáticas (creio serem Coreanas, mas podem ser Japonesas, Chinesas...) em que fazem o papel de cobras, contorcionistas, é fantástico; elas não tem ossos, coisa interessante e me fica a sensação que eu deveria as ter visto (e tentado alguma coisa) quando o fogo da paixão ainda era maior que a razão... sinceramente, uma mulher daquelas na cama....

                              Voltemos ao assunto principal.

                              O espetáculo se encerra com um número de trapézio, cronometrado, sincronizado, com os trapezistas vestidos de cores luminosas e sob luz negra, além de estarem seguros com cordas de borracha, causando maior impacto. Bom número.

                              Encerrado a noite, volta-se para a casa.


                              Os defeitos: estacionamento na pista, falta de táxi, demora entre um programa e outro embora um palhaço faça tudo para não se sentir; falta de banheiros; o uso da língua que não se entende; desorganização na venda de alimentos; contaminação na manipulação de alimentos versus dinheiro; também por contágio/bacilos/bactérias/micróbios quando joga-se alimento no público e resto de água que foi à boca do palhaço. Fora isso, vale o dinheiro.

                              Paguei quinze reais pela foto, desfocada, com reflexo, mal batida, um verdadeiro lambe lambe, e atrás tem uma numeração 6942 que deve se referir a quantidade de fotos vendidas em São Luís, depois de 60 (sessenta) apresentações. Só aqui são R$ 104.130,00 de receita. O ISSQN, imposto da Prefeitura de São Luís, seria de R$ 5.206,50. Foi recolhido?


                              No mais, vale a pena ver o Circo, e como se diz: o espetáculo não pode parar.... a alegria do palhaço é ver o circo pegar fogo.... o palhaço o que é? Ladrão de mulher!...

                              Respeitável público, vai lá, apesar de dizer que vão embora no domingo, na segunda eles estarão na mídia dizendo: definitivamente, esta é a última semana...

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