terça-feira, 29 de setembro de 2009

INFÂNCIA PERDIDA: ou vamos discutir pedofilia?





No domingo, em casa, fiquei a assistir um programa de televisão chamado Eliana, fui atraído pelo salto alto, pela saia e pela elegância da apresentadora. Tem, ela, todos os atributos de uma mulher, faltando apenas os cabelos compridos, mas há tempos que não via mulher de salto alto e de saia. Grudei o dial.

Entre um cochilo e outro vejo crianças se apresentando como bailarinas, com dança de ventre; meninos vestidos de vaqueiros, como dupla sertaneja; outras contando piadas ou cantando, de botas, de vestidos, maquiadas, cabelos sedosos, parecendo uma mulher ou um homem em miniatura.

Lembrei-me dos meus tempos de menino em Flores – hoje Timon – que a gente brincava de calção, sem camisa, descalço, puxando uma lata de sardinha cheia de pedras para fazer a estrada na areia ou no barro; não havia calçamento, não havia asfalto, havia muita areia, algum barro onde a gente brincava. Se brincava de Errol Flynn – artista dos cinemas e das revistas – espadachim nos filmes de aventura, que a gente imitava com talo da folha do coqueiro, pedaço de buriti, cabo de vassoura, protegidos com uma tampa de lata de leite. Era o máximo.

Qual outro tipo de brinquedo? Desse não gosto muito de lembrar, a baladeira, duas tiras câmara de ar de bicicleta em uma forquilha, um pedaço de pau em forma de Y que a gente mesmo cortava nas árvores no mato. O ruim da lembrança era que a gente usava para matar passarinhos e, às vezes, a gente comia. Nefasto!

Chega de saudades.

Hoje, na vida agitada e na ânsia de subir na vida, as pessoas esquecem a infância, a juventude e só pensam no imediato; é mais fácil ir para o mesmo salão, levando as filhas, tornarem moças e mulheres antes do tempo; transformarem em atriz, em cantora, em modelo, como tantas que a gente conhece, aqui em São Luis e no Brasil; há Maysas e Sachas no mundo inteiro, as mães não passam de exploristas às custas das filhas.

Tudo bem, a sociedade aceita e incentiva.

Aí, acontece os problemas do modernismo. Na minha infância nunca ouvi falar que vizinho tal tivesse estuprado a filha do vizinho, ou beltrano tivesse se relacionado com menor tal; pode ser que, naquela época, as meninas não fossem tão desenvolvidas orgânica e sexualmente, como hoje; pode ser que os valores tenham mudado; pode ser que hoje há aquilo que chamamos de vitimologia, ou seja, as meninas se vestem como mulheres, agem como tal e não querem ser tratadas como tal.

Vem então o conflito, o chamado efeito pedofilia, nome bonito para designar as tendências sexuais do adulto em relação às crianças.

São mesmos crianças?

O Supremo Tribunal Federal já emitiu parecer sobre o assunto quanto à idade do chamado estupro, passando por cima do Estatuto da Criança e do Adolescente, ao dizer que, com desenvolvimento natural, é 14 anos e 1 dia, a idade da criança/adolescente para não haver crime de estupro. Há outro tipo de crime. Agora tem uma outra Lei que, confesso, nem conheço.

Os pudibundos – vá no dicionário – querem castração química dos chamados pedófilos. Por que não vergonha para os Pais? Educar os Pais para os filhos – é isso mesmo – e mostrar para aqueles que cuidam das crianças que devem tratar crianças como crianças, em todos os sentidos e educá-las para a vida. Tratar a criança como adulto, quando vai ao salão, quando compra um celular, quando dá internet e computador para a filha, quando incentiva livro de fotografias (book) em poses de manequim e modelo, enfim, quando lhe é conveniente e achar que esta mesma filha/criança/adolescente é uma criança e não mulher, é pura sacanagem e hipocrisia para quem gosta de relacionamentos com pessoas mais jovens.

Ninguém de sã consciência vai ter relacionamento sexual unilateral, ou seja, levar uma criança para a cama sem a devida correspondência, nestes casos, é um anormal; mas, uma criança - criança no sentido genérico, mas na verdade uma adolescente/mulher, formada orgânica, psíquica e sexualmente - que corresponde ao ato sexual, tem experiência em todos os sentidos e atos corporais, é normal e deve ser gostoso. É a minha opinião, sem cair naquilo que se convencionou, na chamada apologia ao crime, ou incentivo ao crime.

Livre de pensar, só pensar.

Com igual pensamento do autor russo Vladimir Nabokovpara quem não se lembra, é criador de Lolita – acredito que além de polêmico o assunto deve ser tratado sob diversos ângulos, não somente sobre o ângulo criminal ou patológico, mas sob o ângulo filosófico, social, material, orgânico enfim, sob todas as facetas possíveis e imaginárias.

Não deve ser apenas o pensamento de alguns imbecis formadores de uma CPI da vida que deve prevalecer.

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