No domingo, em casa, fiquei a assistir um programa de televisão chamado Eliana, fui atraído pelo salto alto, pela saia e pela elegância da apresentadora. Tem, ela, todos os atributos de uma mulher, faltando apenas os cabelos compridos, mas há tempos que não via mulher de salto alto e de saia. Grudei o dial.
Entre um cochilo e outro vejo crianças se apresentando como bailarinas, com dança de ventre; meninos vestidos de vaqueiros, como dupla sertaneja; outras contando piadas ou cantando, de botas, de vestidos, maquiadas, cabelos sedosos, parecendo uma mulher ou um homem em miniatura.
Lembrei-me dos meus tempos de menino em Flores – hoje Timon – que a gente brincava de calção, sem camisa, descalço, puxando uma lata de sardinha cheia de pedras para fazer a estrada na areia ou no barro; não havia calçamento, não havia asfalto, havia muita areia, algum barro onde a gente brincava. Se brincava de Errol Flynn – artista dos cinemas e das revistas – espadachim nos filmes de aventura, que a gente imitava com talo da folha do coqueiro, pedaço de buriti, cabo de vassoura, protegidos com uma tampa de lata de leite. Era o máximo.
Qual outro tipo de brinquedo? Desse não gosto muito de lembrar, a baladeira, duas tiras câmara de ar de bicicleta em uma forquilha, um pedaço de pau em forma de Y que a gente mesmo cortava nas árvores no mato. O ruim da lembrança era que a gente usava para matar passarinhos e, às vezes, a gente comia. Nefasto!
Chega de saudades.
Hoje, na vida agitada e na ânsia de subir na vida, as pessoas esquecem a infância, a juventude e só pensam no imediato; é mais fácil ir para o mesmo salão, levando as filhas, tornarem moças e mulheres antes do tempo; transformarem em atriz, em cantora, em modelo, como tantas que a gente conhece, aqui em São Luis e no Brasil; há Maysas e Sachas no mundo inteiro, as mães não passam de exploristas às custas das filhas.
Tudo bem, a sociedade aceita e incentiva.
Aí, acontece os problemas do modernismo. Na minha infância nunca ouvi falar que vizinho tal tivesse estuprado a filha do vizinho, ou beltrano tivesse se relacionado com menor tal; pode ser que, naquela época, as meninas não fossem tão desenvolvidas orgânica e sexualmente, como hoje; pode ser que os valores tenham mudado; pode ser que hoje há aquilo que chamamos de vitimologia, ou seja, as meninas se vestem como mulheres, agem como tal e não querem ser tratadas como tal.
Vem então o conflito, o chamado efeito pedofilia, nome bonito para designar as tendências sexuais do adulto em relação às crianças.
São mesmos crianças?
O Supremo Tribunal Federal já emitiu parecer sobre o assunto quanto à idade do chamado estupro, passando por cima do Estatuto da Criança e do Adolescente, ao dizer que, com desenvolvimento natural, é 14 anos e 1 dia, a idade da criança/adolescente para não haver crime de estupro. Há outro tipo de crime. Agora tem uma outra Lei que, confesso, nem conheço.
Os pudibundos – vá no dicionário – querem castração química dos chamados pedófilos. Por que não vergonha para os Pais? Educar os Pais para os filhos – é isso mesmo – e mostrar para aqueles que cuidam das crianças que devem tratar crianças como crianças, em todos os sentidos e educá-las para a vida. Tratar a criança como adulto, quando vai ao salão, quando compra um celular, quando dá internet e computador para a filha, quando incentiva livro de fotografias (book) em poses de manequim e modelo, enfim, quando lhe é conveniente e achar que esta mesma filha/criança/adolescente é uma criança e não mulher, é pura sacanagem e hipocrisia para quem gosta de relacionamentos com pessoas mais jovens.
Ninguém de sã consciência vai ter relacionamento sexual unilateral, ou seja, levar uma criança para a cama sem a devida correspondência, nestes casos, é um anormal; mas, uma criança - criança no sentido genérico, mas na verdade uma adolescente/mulher, formada orgânica, psíquica e sexualmente - que corresponde ao ato sexual, tem experiência em todos os sentidos e atos corporais, é normal e deve ser gostoso. É a minha opinião, sem cair naquilo que se convencionou, na chamada apologia ao crime, ou incentivo ao crime.
Livre de pensar, só pensar.
Com igual pensamento do autor russo Vladimir Nabokov – para quem não se lembra, é criador de Lolita – acredito que além de polêmico o assunto deve ser tratado sob diversos ângulos, não somente sobre o ângulo criminal ou patológico, mas sob o ângulo filosófico, social, material, orgânico enfim, sob todas as facetas possíveis e imaginárias.
Não deve ser apenas o pensamento de alguns imbecis formadores de uma CPI da vida que deve prevalecer.
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