segunda-feira, 21 de setembro de 2009

ILHAS SOCIAIS: TENDÊNCIA MUNDIAL



Ilha é um pedaço de terra cercada de água por todos os lados, assim eu aprendi no primário do Urbano Santos, no ginásio do Liceu Piauiense, na cadeira de geografia com o professor Lisandro Tito, e até hoje esta definição é a que me vem à mente quando falo em ilha.

A chamada civilização, a modernidade, os fatores sociais, a gente vai encolhendo, se tornando uma Ilha. A sociedade impõe limites, a gente que trabalha passa a ter uma ilha de trabalho, só com o pessoal da mesma empresa do mesmo negócio; vira ilha com a turma do colégio ou da mesma área de estudos; vira ilha no mesmo bairro.

O mundo muda, a ilha muda.

Com a crescente falta de espaço, nasceram nas cidades os Edifícios, passa-se a viver em ilhas verticais. Depois, com o aumento da violência, a gente passou a viver em condomínios fechados, quer verticais ou horizontais, em nome da segurança. A gente só conhece o pessoal do condomínio, fora dele, somente a turma do trabalho ou do colégio e afins a ambos.

Involuindo, a sociedade brasileira, através do Lula e sua gang do PT, estimularam o racismo. Criou-se as cotas raciais para negros ou a chamada safadeza “afro-descendente”, criou-se lei para punir a “discriminação” racial, agora ninguém pode ser chamado de macaco, negro, preto, há que ser chamado de “afro-descendente”. Permita-me uma reflexão, algum dia, outro idiota vai chegar, colocar religião em berlinda e a gente vai ser chamada de “Noé-descendente”, ou “Maomé-descendente” e por aí.

Como dizia, com isso, estimulou-se a se criar faculdades só para negros, cotas para negros, delegacias para negros, falta agora se impor bairro de negros, cidades de negros, pois já se exige negros em propagandas, negros em tribunais, negros em cargos públicos, embora a gente veja um monte de imbecis sendo autoridades e não tem nenhuma competência, somente a cor. Para desgosto dos negros ou afro-descendentes ou orgulho, quando são imbecis tais quais as autoridades.

Até ministério se criou. Aqui no Maranhão, um governador imbecil resolveu implantar uma secretaria de igualdade racial – como existisse outra raça senão a humana – e colocou o meu amigo João Francisco, negro do mais alto quilate, porém encheram de negros, parecia um quilombo a secretaria, quem não era preto retinto, era discriminado pela turma negra. Uma ilha negra no governo.

Há pois, ilhas em todos os setores e se caminha ainda mais para isso.

As Delegacias de Mulheres são ilhas de mulheres recalcadas que protegem as mulheres, em qualquer situação, e punem os homens. Agora estão criando as Delegacias dos Homosexuais, onde as “bichas” e “sapatões” terão direito a tudo em relação ao homem comum. A expressão bicha e sapatão é somente para enfatizar a situação, não é discriminação, não há a intenção de ofender.

Outra Ilha é a do pessoal da “melhor idade”. Pura hipocrisia, aonde já se viu se ter melhor idade com a velhice, o cansaço, o câncer, o enfisema, com parentes e amigos quase todos mortos? Os velhos só conhecem outros velhos, não há mistura, não há locais para isso e nem cabeça dos velhos para agüentarem os novos e dos novos para suportarem os velhos, embora seja excelente o cheiro e o visual dos novos e muito bom a generosidade e experiência dos velhos, dizem os novos.

A ilha da religiosidade é uma realidade. A sociedade se divide entre católicos e os outros. Hoje é chique ser católico, rezar, fazer doações; também é importante, marca presença, a freqüência em igreja protestante, batista, sabatista, metodista, prebisteriana, maranata, assembléia de deus, deus maior, santos ossos, Jesus, dos todos os santos, de todos as moedas, de todos os diabos, sei lá; sem contar com o pessoal da umbanda, quimbanda, candomblé, terreiro de macumba, centros espíritas, enfim há gosto para tudo. O pessoal só conhece seus colegas de Igreja, Culto, Terreiro, Centro ou Templo, fora disso não existem. Tem padre ou pastor ou caboclo que só existem em razão de suas funções religiosas. É pena, é triste, faz a gente pensar.

E a turma da imprensa? Ilha de jornais, jornalista só conhece jornalista ou picaretas só conhecem picaretas ou picaretas conhecem jornalistas, misture tudo; a mesma coisa no rádio e aqui tem agravante, a turma da AM já fundou uma associação, querem ser jornalistas só pela participação no telefone, dia a dia, sempre com as mesmas reclamações, observações, algumas escritas. A gente já conhece os imbecis que ligam todo dia para os outros imbecis apresentadores que sempre se repetem, não se renovam, sempre com a mesma baboseira de sempre. De quando em vez mergulho e chega até esta Ilha, mas tomo banho quando saio de lá.

Ilhas, ilhas e ilhas. Já devo ter falado de todos e ainda há o que falar. Fica apenas a preocupação com o futuro, em breve a gente só vai conhecer aqueles que estão por perto ou, virtualmente, na maior das ilhas, a Internet, com seus ICQ, MSN, ORKUT, FACEBOOK, TWITTER e tantos outros que a gente conversa, fala, vê, ouve, mas não se satisfaz, fica sempre a saudade do aconchego, do contacto, do olho-no-olho, na expressão facial, nas brigas, nas demonstrações de carinho ou ódio, enfim, é o futuro que corre, voa, chega a nós.

Somos todos uma Ilha.... que, pelo menos, zelemos por ela, tratemos bem o espaço e os convidados.

Até a próxima. Ah... qual é a sua Ilha? Diga para mim.

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