Este ensaio foi publicado, há dias, no Jornal EXTRA, precisamente, no dia 15 de julho de 2009, republicado agora na Internet devido à publicação da revista VEJA, edição 2128, ano 42, número 35, de 02 de setembro de 2009, página 112 e 113, onde relata que o governo do país Austrália resolve financiar e incentivar, com 16 milhões de dólares, a matança de 650 mil animais das espécies camelos, cangurus, coelhos, raposas vermelhas e javalis.
Só uma frase da reportagem: ....o animal abatido é abandonado ao sol e vira banquete para águias, raposas e dingos, os cães selvagens da Austrália. Em uma semana, sobram apenas os ossos...
Publiquei eu, naquele dia:
É para chocar mesmo, o título.
O negócio é o seguinte, livre de pensar, só pensar dizia o Pasquim. E o filósofo Descartes dizia: penso, logo existo!
Passo a passo. Há um livro, romance, na bibliografia mundial, chamado de ‘MAS NÃO SE MATA CAVALO?”, de Horace McCoy, fundador do Teatro Experimental de Dallas (EUA), onde um cidadão relata o drama de ter matado uma pessoa amada que havia lhe pedido que a matasse. A pessoa estava viva, saudável, sem nenhum problema, apenas com niihilismo existencial. Pediu para ser morta e o cidadão a matou, a tiros, na nuca, friamente.
Vida humana.
Os ambientalistas, com a ajuda do IBAMA e Ministério do Meio Ambiente, concordaram e concordam com os chamados criadouros. No Mato Grosso há os criadouros de jacarés e na região amazônica os criadouros de tartarugas. São locais onde se criam animais para matarem, para consumo, para lazer. Fora dos criadouros, o abate é proibido e considerado crime.
É preciso ver como se mata uma tartaruga para nunca mais se querer comer. Aliás, neste modo de pensar, é preciso ver como se mata os animais para consumo, o boi com o choque paralizante (e chamam de morte misericordiosa), o carneiro, o bode; a galinha em frigoríficos, todas pendurados pelo pescoço... é animal, com trocadilhos. Há a morte não misericordiosa, como a pancada na nuca do boi, a furada no pescoço do porco, a quebra do pescoço da galinha? E todos nós comemos, nos deliciamos.
Vida animal.
Paradoxamente, do outro lado, na Bahia, há os ambientalistas que vivem para a preservação da tartaruga, no projeto com o mesmo nome.
Aqui, se chega à conclusão que a morte é permitida, desde que a espécie seja mantida. Essa é a lógica. É a lógica?
Não há amor ou respeito pela vida, no caso específico, a animal irracional. Vamos esquecer que os nossos cães, gatos, papagaios, animais de estimação, respondem à estímulos, nos amam. Vamos esquecer que o país China mata os nossos cachorros.... imagine matar o seu cão e ainda comê-lo. Deu revolta, deu nojo?
Voltemos à premissa, a vida animal irracional é banal, descartável e pode ser eliminada sem nenhum problema. Outra premissa: então a vida humana, irracional, pode ser eliminada, sem problemas.
Se for, proponho.
Passo a passo. O mundo vive hoje carência na área médica, muitas doenças e variações, pouco remédios, remédios caros, tratamentos prolongados e difíceis e cada vez mais menos espaço, menos operadores da medicina e crescimento do charlantarismo e da incompetência e erros médicos.
Há a técnica, mais falta órgãos. Por que não se faz criadouro humano? Com a inseminação artificial, cria-se seres humanos para uso comercial, pessoas que não conhecem hábitos ou costumes, sem contacto com a chamada civilização, vivendo somente com a comida, tal qual o jacaré no cativeiro.
O homem cativeiro não seria instruído, viveria em cativeiro, não saberia o que é certo ou errado, religião, enfim seria uma galinha de granja, um boi no pasto, um jacaré ou tartaruga no cativeiro.
Os governos poderiam utilizar esses seres humanos como cobaias em medicamentos, em experimentos de equipamentos, em experimentos médicos, em treinamento bélico ou político, enfim, poderia utilizar a matéria prima sem nenhum escrúpulo.
Poderia permitir ao privado a criação e manutenção de criadouros humanos com o fim particular. Aquele deputado que quer matar alguém com seu carro brindado e ficar impune, compra dois seres cativos e coloca no meio da rua e passa por cima, esbagaça; aquele jornalista que quer matar a mulher, compra uma cativa humana, dá um banho de loja, leva para o meio da rua, detona seis tiros na cabeça, corpo e ainda pode levar a mão como souvenir para casa, impunemente, sem nenhuma reprimenda governamental, pois não haveria crime.
O administrador político ou não poderia ter um cativo, dar um treinamento piloto, banho de loja, nomeá-lo para cargo de confiança e jogar a culpa dos despachos, sentenças, projetos, roubos, desfalques, cheques, assinaturas enfim, todo tipo de crime recairia no assessor que seria duramente criminalizado, passaria o resto da vida na cadeia, ou iria para a pena de morte na cadeira elétrica, injeção, asfixia, bala na nuca, enforcamento, sepultamento, apedrejamento, enfim seria sacrificado de acordo com os costumes locais. O titular ficaria impune, que beleza.
Ou, para desespero de Malta, os pedófilos poderiam comprar cativos infantis para fins libidinosos, como se faz hoje em algumas regiões do País, só que com consentimento de todos, sem crimes. Imagine o Prefeito Maranhense do Interior, como hoje, ter relações com o garoto de 10 anos, impunemente? Ou se comprar cativas meninas para tal fim? Tudo legal, tudo moral, sem nenhum problema.
Dê asas à imaginação... pense nas possibilidades, não haveria mais criminoso... praticamente. Poderíamos ter criadouro de várias categorias, onde o assalariado do salário mínimo, pudesse comprar um cativo para bater, para surrar, para furar, para mandar... pronto, o cidadão daria vazão à raiva e não cometeria crime. Depois, voltaria à razão e à vida social, sem cadeias, sem processos, sem problemas. Até a polícia iria ficar mínima só para fiscalizar criadouros e chips dos mortos, sacrificados, atropelados, massacrados, enfim das vítimas.
Há ainda a grande jogada, se utilizar dos cativos para transplante. Utilizar os órgãos dos cativos para substituir fígados, corações, pulmões, pele, cabelo enfim tudo que for necessário para a sobrevivências dos humanos não criados em cativeiro.
Se pode ainda, instituir cativeiros por espécie e raças, negros, brancos, albinos, anões, índios... a imaginação é o limite.
Coisa de doido!
Mas a gente vai ver, quem viver, utilizará.
Ou são meras ejaculações mentais.
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