segunda-feira, 25 de março de 2019

VIAGEM A SÃO PAULO COM CADEIRANTE EM 2019


               Sum Paulo.

Dra. Lucia Fernanda, Dra. Maijane e Eu, Emanoel Viana

                              Tem gente que dá um braço para viajar para São Paulo. Detesto. Acho uma cidade muito grande, muito barulho. Mas, a minha sobrinha/prima Médica Graça Viana insiste com a minha mulher, também Médica, que devia ir ver um Especialista famoso com o escopo de obter novo diagnóstico ou manter o antigo.  Fazem quase 1 ano de insistência. Queria mandar um filho ou filha com minha esposa, ando muito cansado e não tenho paciência com determinados atos administrativos e sociais do mundo de hoje.

                              Não consegui.
                              Arrumo as malas, convido a Enfermeira Marijane Oliveira para ir conosco. Pago passagens na Booklin, 123 milhas, por indicação da Gracinha. Hotel reservado um Comfort Hotel de Mariana. A 123 milhas me cobra 4.700 reais pela 3 passagens, ida e volta. Baratissimo.



                              Viajamos dia 20. Gool a empresa. Começa com o chamado check in, pois compradas as passagens, a tal reserva só pode ser feita 48 horas antes. Queria os assentos da frente os 1. Consegui um assento no 1, os demais em outros lugares. Mesmo alegando que a passageira era cadeirante e tinha que ter uma enfermeira de lado pois tem mobilidade reduzida, não anda e tem pouca firmeza nas mãos.

                              Aquela frescura de um monte de imbecil a revistar a Lucia na cadeira de rodas. E com 3 stents no coração. O meu, apenas o cinto. Tenho que comprar um cinto de plástico. Os terceirizados da policia federal mandam mais que o Moro, uma arrogância em todos os Aeroportos. Quando teremos parlamentar que acabe com essa frescura? Faça uma Lei determinando um sistema de raios x, um corredor com scaner em que o Cidadão passe. Se houver alguma dúvida ou arma, que um agente da policia, concursado e não terceirizado, examine o Cidadão.
                              Simples, o sistema pode ser expandido para a entrada dos Bancos. Mais só temos parlamentares para roubar, ninguém tem iniciativa ou tem medo ou concordam com a safadeza. Rende para quem contrata e rende empregos para os parentes dos policiais federais. Não há outra explicação.

                              Voltemos à viagem. Depois da revista, no embarque, o empregado da gool conseguiu, repito, uma vaga na fila 1. Um filho da puta com a esposa, um canhão plástico, não concordou em ceder os assentos. Ficaram na 1 e a minha enfermeira na 2. Viajamos para Brasilia. Ah... para embarcar foi dada preferência à cadeirante. Entrou primeiro.

                              Chegamos a Brasilia. Todos descem. 120 pessoas, com bagagem. Uns 40 minutos. E nós lá. Lucia mijada, na fralda. Depois que todos descem, vem a cadeira de rodas, a nossa. Não há prioridade para sair.  Só saímos com a tripulação. Corremos para o outro voo, que estava saindo, ainda bem que não era ele. Ficamos 4 horas em Brasilia, esperando a nossa conexão.

                              Deu tempo de ir ao banheiro e trocar fralda. Alimento? Nenhum, conseguimos um sanduiche de queijo e presunto e água. Comida especial para doente? Kkkk

                              Novamente o embarque. Prioridade para entrar. Conseguimos duas vagas na fila 1, Lucia e Marijane. Fiquei lá atrás. Mesma novela. Só que chegamos a São Paulo e o médico estava marcado para as 17 horas  e a cadeira de rodas não chegava. Tivemos que esperar um guindaste para retirar Lucia, pois na era rampa, era escada e ônibus. Deu tempo para chegarmos ao Hotel e pagar taxi para ir ao Médico.

                              Duas horas no médico. R$ 1.200 reais em dinheiro, sem cartão, sem plano. Diagnóstico na mão, voltamos ao Hotel. Alimentação para doente? 20 reais por um copo de leite.

                              Preocupado com a alimentação, resolvo voltar para São Luís dia 21. Aí começa a novela.
                              Entro no site da GOL, Tento remarcar. Diz que não é possível pois usei as milhas. Tenho mais de 70 mil milhas e nunca usei. Tento falar com a tal broklin e não consigo, tento a tal 123 milhas. Nada. Vou ao aeroporto de Congonhas, a Gool diz que tenho que pagar 5.600 por três passagens. Acho absurdo, paguei 4.700 por ida e volta. Volto ao Hotel. Falo com a Lucia, ela acha que devo voltar para São Luis, Deus deu, Deus dará. Os dois velhos decidindo a vida. Afinal, até que a morte nos separe.

                              Resolvo ligar para a Zulmira, antiga Agetur. Uma profissional fora do comum. Resolve tudo. Pago 6 mil e poucos reais. Tudo certo, falta o check in, só pode ser feito no aeroporto. Lá vou eu. Vamos nós.

                              Chegamos as 17 horas para o voo das 20 e poucos. Fila das prioridades por lei, diz a placa, tem uma mulher “normal” e um senhor com cara de mais de 60 anos, de bermuda, uma moça com mascara. A gol não obedece prioridade nenhuma, em São Paulo, fomos os últimos e com má vontade. A gool tem direção? Ou e ainda o filho do dono da empresa de ônibus de Brasilia que não entende nada de administração?
                              Marcamos os lugares, não tem lugar na fila 1. Ficamos esperando. O mesmo sistema. Entramos, esperamos. Tomamos a conexão. Mesmo sistema, conseguem enfim 2 lugares na fila 1. Voamos para a nossa Cidade. Pegamos um taxi, 65 reais e voltamos para a casa. E brigas da Maria Fernanda.

                              Pagamos 32 reais do hotel para o aeroporto em São Paulo, 3 vezes mais a distância. É barra.

                              Lições da viagem:

                              1 – pesquise médicos, ouça vários, tire uma média;

                            2 – compre passagens áreas por cartão, mais longa prestação, direto na companhia aérea, pois você pode, junto ao cartão, sustar ou cancelar se houver quebra de contrato;

                              3 – reserve os assentos 1, se for cadeirante, ou não viaje;

                              4 – confirme que haverá sempre acesso, braçadeira de desembarque e embarques nos aviões;

                              5 – leve medicamentos na mala de mão, peça ao médico a receita de todos, para evitar que a policia federal proíba;

                              6 – leve alimentação do doente, os hotéis e os aeroportos não tem capacidade para alimentar doentes ou pessoas que necessitam de alimentação diferenciada;

                              7 -  reserve hotel perto de aonde você vai, se médicos, se restaurantes, se museus, se teatros, se praia, enfim aonde você vai mais e que tenha acessibilidade, na cama, no banheiro, na mesa do quarto, etc...

                              8 –tente convencer o seu parlamentar a apresentar projeto para acabar com aquela imoralidade nos aeroportos. Agora, privatizados, que sejam obrigados a ter um raios x, corredor com raios x, scaner, para revista geral;
                              9 – leve o atestado médico do stents;

                              10 – tente convencer o seu parlamentar que convença a ANAC disciplinar o embarque e desembarque de cadeirantes. Deve ser o primeiro a entrar e a sair, NUNCA SER O ULTIMO A SAIR, ele está nervoso, doente, cansado, mijado e fica esperando todos tiraram as bagagens e saírem, para poder sair. Leva 40 minutos, no mínimo. Só quem é cadeirante ou acompanhante do cadeirante sabe o que é isso;

                              11 – tenha dinheiro para viagem, imprevistos acontecem, médicos e hospitais exigem pagamento em dinheiro, em espécie. Exija, depois dos exames e consultas e internações, DEPOIS, a nota fiscal de prestação de serviços para que paguem a prefeitura, o estado e o Imposto de Renda;

                              12 – tenha paciência, leve valium e outros tranquilizantes. Tem filho da puta em todo lugar, motorista de taxi, carregador, ascensorista, atendentes, comissários, terceirizados da policia federal, passageiros idiotas e mal educados, enfim, todo tipo de gente que não presta e que deveriam estar desempregados, mortos;

                              13 – finalmente, agradeça a Deus por ter ido e voltado vivo, sem menos saúde, apesar de lisos ...
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                              Essa foi a minha viagem de São Luis, a São Paulo com conexão em Brasilia, ida e volta, pela empresa Gol. Voo 1733 e voo 1453 de Ida. Voo 1464 e voo 1732 de volta. Uma merda de companhia, tirando a boa vontade de alguns comissários, uma merda de viagem, de atendimento, de respeito, de consideração. Os passageiros também, os filhos da puta que viajaram nesse dia, 20 e 21 de março de 2019, meu desejo que fiquem cadeirantes, para sofrerem o que a gente sofreu.







                              Abraços a todos. E até

São Luis 25.03.2019

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